terça-feira, 31 de outubro de 2017

Governança inovadora é tema deste Dia Mundial das Cidades


As cidades também estão presentes na Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável
Foto: Jerry Kurniawan/Banco Mundial
As Nações Unidas celebram nesta terça-feira, 31 de outubro, o Dia Mundial das Cidades. A data foi criada pela Assembleia Geral e comemorada, pela primeira vez, em 2014. O tema geral do dia é "cidade melhor, vida melhor", mas a cada ano um subtema é escolhido para promover os sucessos da urbanização ou abordar desafios específicos resultantes dela. Neste ano, a ONU escolheu "governança inovadora, cidades abertas". O objetivo é "destacar o papel importante da urbanização como uma fonte de desenvolvimento global e inclusão social".

O objetivo do Dia Mundial das Cidades é promover o interesse da comunidade internacional na urbanização global, impulsionar cooperação entre países para aproveitar oportunidades, abordar desafios da urbanização e contribuir para um desenvolvimento urbano sustentável em todo o mundo.

Em 2016, na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, conhecida como Habitat III, em Quito (Equador), foi adotada a chamada Nova Agenda Urbana. No encerramento do encontro, o chefe do Programa da ONU para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Joan Clos, afirmou que o evento marcou o início da "jornada para o desenvolvimento urbano sustentável".

As cidades também estão presentes na Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. O Objetivo 11 é "tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis".

(Via ONU News)


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Artigo vê desvios de avaliação da produtividade científica


Emplacou na nova edição de  História, Ciências, Saúde – Manguinhos (vol.24, no.3, jul./set. 2017) o artigo dos professores doutores da FURB Marcos Antônio Mattedi (PPGDR) e Maiko Rafael Spiess (CCHC), que, segundo a publicação, fazem “uma análise extremamente atual sobre os desvios da avaliação da produtividade científica”.

-- Através da reconstrução histórica do processo do desenvolvimento das métricas de avaliação e das atuais estratégias de aplicação, os autores sustentam que uma nova agenda de avaliação deve contornar três obstáculos estabelecidos pela metrificação: o papirocentrismo – o artigo científico não pode ser considerado o centro da avaliação científica; o produtivismo – um bom pesquisador não pode ser considerado como um bom pontuador; e o mimetismo – o reconhecimento internacional não pode ser considerado um parâmetro para certificação do conhecimento”, diz a apresentação da publicação.

Lançada em 1994, a publicação trimestral da da Casa de Oswaldo Cruz, uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz, é dedicada à documentação, pesquisa e museotecnia em história das ciências e da saúde.

Resumo do artigo (dos autores)

O texto trata da avaliação da produtividade científica. Analisa o processo de metrificação da avaliação da produção científica, bem como o processo histórico de construção da avaliação científica e seus usos atuais. Argumenta que esse processo encerra um paradoxo: quanto mais impessoais se tornam as métricas, menor seu reconhecimento pelos cientistas. O estudo foi dividido em cinco partes: contextualização da problemática da avaliação científica; descrição das principais etapas do processo de institucionalização da metrificação; apresentação do processo de concepção dos principais indicadores de avaliação; exemplos da aplicação desses indicadores; apresentação das consequências analíticas e algumas recomendações para formulação de uma nova agenda de avaliação.


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Sobrepeso na 1º infância preocupa agências da ONU

Na América Latina e no Caribe, o sobrepeso entre as crianças com menos de cinco anos chega a 7%. No mundo, a taxa é de 6%. No Brasil, 7,3%. Cenário preocupa a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que lançaram neste mês um relatório regional sobre nutrição.

Sobrepeso na primeira infância preocupa FAO e OPAS. Foto: PIXABAY
Na América Latina e no Caribe, o sobrepeso entre as crianças com menos de cinco anos chega a 7%. No mundo, a taxa é de 6%. No Brasil, 7,3%. Cenário preocupa a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que lançou neste mês um relatório regional sobre segurança alimentar. Maiores índices de sobrepeso na primeira infância foram encontrados em Barbados (12,2%), Paraguai (11,7%), Chile (9,3%) e México (9%).

De acordo com a publicação Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe 2017, a ingestão excessiva de calorias — bem como o ganho de peso e as doenças crônicas associados — tornou-se um problema de saúde pública na região. Levantamento foi elaborado pela FAO e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

“Precisamos estar muito atentos ao que as nossas crianças estão consumindo. Apesar da rotina acelerada que muitos pais têm, é necessário que as famílias se esforcem para garantir que os pequenos tenham acesso a alimentos nutritivos e adequados para o desenvolvimento. A primeira infância influencia muito nos adultos que formaremos”, alerta o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.

Crianças com sobrepeso correm mais risco de contrair doenças e desenvolver outras complicações de saúde e psicossociais na infância e na adolescência, além de estarem mais propensas a sofrerem com patologias cardiovasculares, diabetes e vários tipos de câncer durante a vida adulta.

Quando considerado o conjunto da população brasileira, sem distinção por faixa etária, os números chegam a proporções ainda mais alarmantes — 54% dos indivíduos têm sobrepeso e quase 20% dos homens e 24% das mulheres estão obesas. Cenário é tema de relatório divulgado neste mês por agências da ONU.

O documento da FAO e da OPAS aponta uma variedade de causas para esse cenário. Entre elas, estão mudanças nos padrões alimentares, o aumento da disponibilidade de alimentos ultraprocessados e o baixo consumo de alimentos frescos e saudáveis. Outros fatores incluem a adoção de estilos de vida mais sedentários, a imposição de jornadas laborais extensas e a falta de regulação do mercado publicitário de produtos alimentícios pouco saudáveis.

“O sobrepeso e a obesidade também fazem parte da garantia da segurança alimentar. Novos padrões de consumo devem ser adotados pelas pessoas e a rotina alimentar diária deve ser composta por alimentos saudáveis, valorizando o que chamamos de comida de verdade em detrimento de alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras”, acrescentou Bojanic.

Compromissos brasileiros

Para combater a obesidade e o sobrepeso, o Brasil assumiu compromissos consideráveis no âmbito da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição. São eles: deter o crescimento da obesidade na população adulta por meio de políticas de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta; e ampliar em, no mínimo, 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente. A expectativa é cumprir essas metas até 2019.


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Salário do blumenauense ficou estagnado em 2016

Foto: Gilmar de Souza, BD, 9/2/2016
O blumenauense sentiu no bolso que o salário não rendeu no último ano. Levantamento feito pelo Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio à Decisão (Sigad) – um projeto vinculado ao Departamento de Economia e ao Programa de Extensão Observatório do Desenvolvimento Regional da Furb – a partir de dados da Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que em 2015 o vencimento médio do trabalhador na cidade era de R$ 2.334,88.

Este valor subiu para R$ 2.513,26 em 2016, um crescimento nominal de 7,64%. Mas, descontada a inflação do período calculada pelo Índice de Variação Geral de Preços da universidade, o aumento real é de míseros 0,11%.

A recessão da economia ajuda a explicar esse cenário. Nas campanhas salariais do último ano, pouquíssimas categorias conseguiram negociar aumento real. A maioria teve de se contentar apenas com a reposição da inflação.

O estudo, coordenado pelo professor Nazareno Schmoeller, também revela que o número de empregos formais em Blumenau recuou de 132.925, em 2015, para 129.646 no ano seguinte (saldo de -3.279), levando o mercado de trabalho local ao mesmo patamar de 2010 – quando eram 128.888 empregos formais.

Os mais demitidos

Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos formam a categoria com a maior redução do número de vagas no último ano – foram 761. Na sequência aparecem escriturários contábeis e de finanças (-455), trabalhadores da construção civil e obras públicas (-403) e condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de movimentação de cargas (-376). Professores de nível superior na educação infantil e no ensino profissional foram as funções com o maior índice de admissões em 2016 (777).

Escolaridade influencia

Outro recorte interessante do material reforça que, quanto maior o nível de escolaridade, maior as chances de conseguir ou manter um emprego. De acordo com a pesquisa, o grupo formado por trabalhadores com ensino superior completo foi o único onde o saldo de geração de vagas entre 2015 e 2016 ficou no azul (+1.282).

Em todos os demais os resultados são negativos. Entre aqueles que têm somente o fundamental completo, por exemplo, houve um déficit de 2.004 postos de trabalho neste período.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Diretoria da Acib recebe informações atualizadas do Sigad


Na reunião desta segunda feira (23), a diretoria da Acib recebeu o economista e professor Nazareno Loffi Schmoeller, da Furb, acompanhado da estudante de Economia Monica Flissak, que apresentaram informações atualizadas do Sigad – Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio a Decisão.

Os dados mais recentes do PIB de Blumenau são de 2014 e mostram um PIB nominal de R$ 16,8 bilhões Blumenau, o que representa 6,91% do PIB do Estado de Santa Catarina, ficando em quarto lugar no ranking estadual. O PIB per capita anual é de R$ 50.200,00. O salário médio nominal no município é de R$ 2334,88 e o número de vínculos de empregos é de 132.925.

Além disso, Schmoeller apontou que o IDHM registrado em Blumenau em 2010 é de 0,806, colocando a cidade em 6o lugar no ranking estadual e 25o no nacional. Dos empregados, o percentual com idade de 25 anos ou mais com ensino superior completo é de 15,49% (dados de 2010). Em 2016 Blumenau registrou 129.646 empregos formais. Para ter acesso aos dados completos, acesse  www.furb.br/sigad

Fonte: http://www.acib.net

SIGAD revela nova redução de empregos em Blumenau em 2016

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou dia 19/10 os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2016. A RAIS é como se fosse um censo do mercado de trabalho formal.

Em Blumenau, os dados da RAIS/MTE foram apurados pelo projeto SIGAD FURB (Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio à Decisão) e revelam que, assim como em 2015, houve uma redução no número de empregos formais em 2016. Enquanto a redução em 2015 foi de -4.421, em 2016 foram eliminados -3.279 empregos formais.

O número total de empregos formais recuou de 132.925 em 2015 para 129.646 em 2016, representado uma queda de 2,47% (em Santa Catarina a queda foi de 2,09% e no Brasil de 4,16%).

Dessa forma, o nível de emprego em Blumenau voltou a um patamar próximo ao de 2010, quando apresentava 128.888 empregos formais, segundo o professor Nazareno Schmoeller, vinculado ao Departamento de Economia e ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR/FURB).

Apesar dessa significativa redução, a série histórica mostra que ainda assim a queda acumulada do emprego em 2015 e 2016 (que totaliza -7.700) é inferior aos períodos 1994-1998 (-8.693) e 1990-1991 (-12.169), conforme pode-se observar no Gráfico 1 (no rodapé da página), que apresenta os saldos de empregos de cada ano.

O salário médio evoluiu de R$ 2.334,88 em 2015 para R$ 2.513,26 em 2016, o que representa crescimento nominal de 7,64%. Porém, ao ajustar os valores à inflação do mesmo período, levando em consideração o IVGP (Índice de Variação de Geral de Preços) da FURB, chega-se a um crescimento real de apenas 0,11% no salário médio do trabalhador formal em Blumenau. Já a massa salarial obteve uma redução de 2,36% em termos reais, evidenciando que, apesar da pequena evolução real no salário médio, em termos agregados a soma dos salários de todos os trabalhadores formais reduziu, em função do impacto gerado pela redução no número de empregos formais.

Se compararmos a evolução de empregos formais do município de Blumenau com Santa Catarina e Brasil nos últimos dez anos (2007-2016), constata-se que, em Blumenau, a geração de empregos nesse período (24,05%) foi inferior ao Estado (35,63%) e ao País (31,02%). O gráfico 2 apresenta esta evolução, tomando como base o ano de 2006 (2006 = 100).

Na análise dos dados por setores da economia observou-se que a Indústria de Transformação, que ocupa 33% da massa de trabalhadores de Blumenau, foi o setor que mais eliminou postos de trabalho (-1.353); o segundo que mais demitiu foi o setor de Serviços (-1.266), responsável por 36% dos empregos, seguido pela Construção Civil (-1.020), que representa 4% dos trabalhadores formais e Comércio (-1.019), que emprega 20%. Por outro lado, a Administração Pública, setor que representa 6% da massa de trabalhadores de Blumenau, teve saldo positivo de 1.339 empregos, passando de 6.518 em 2015 para 7.857 em 2016. É o que se pode observar no Gráfico 3.

Considerando o setor de comércio e serviços, sem a administração pública, observou-se que o saldo de demissões deste setor foi maior em 2016 em comparação com o ano anterior. Em 2016, o saldo foi de -2.285, enquanto em 2015 o saldo foi de -559. Fenômeno inverso ocorreu com a indústria de transformação, o saldo de demissões foi maior em 2015, -3.594, contra -1.353 em 2016 (Tabela 3).

Como explicam os manuais, a crise atinge primeiro o setor industrial, para depois se propagar para os outros setores com certa defasagem. Na retomada é a indústria que também transmite os primeiros sinais positivos. Acredita-se que em 2017 o mercado de trabalho já esteja mais estabilizado, com a retomada prevista para 2018, se tudo der certo. 

Já em termos de ocupação, os escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos apresentaram a maior redução no número de empregos formais (-761), seguidos de escriturários contábeis e de finanças (-455), trabalhadores da construção civil e obras públicas (-403), condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de movimentação de cargas (-376) e professores e instrutores do ensino profissional (-265). Por outro lado, os professores de nível superior na educação infantil e no ensino fundamental obtiveram o maior número de admissões em 2016 (777), seguidos de professores leigos no ensino fundamental e no profissionalizante (464), profissionais de relações públicas, publicidade, marketing e comercialização (368), professores do ensino médio (184) e operadores de instalações em indústrias químicas petroquímicas e afins (141) (Tabela 1).

Por fim, em termos de grau de instrução, somente o grupo de trabalhadores com o Superior Completo obteve saldo positivo(1.282). Por outro lado, os trabalhadores com Fundamental Completo foi o que teve o maior saldo negativo (-2.004), seguido de Médio Incompleto (-1.083), Médio Completo (-675), Ensino Fundamental – Anos Finais – Incompleto (-329), Ensino Fundamental – Anos Iniciais – Completo (-240), Ensino Fundamental – Anos Iniciais – Incompleto (-183), Superior Incompleto (-26) e Analfabetos (-21). VEJA O Gráfico 4.

Em comparação com as maiores cidades do Estado, com exceção de Florianópolis, que teve saldo positivo de 5.723 empregos (maior parte professores do Estado), Blumenau (-2,47%) está um pouco pior que Criciúma (-1,73%) e Chapecó (-1,91%), e melhor que Joinville (-3,69%), São José (-5,04%), Itajaí (-5,41%) e Jaraguá do Sul (-6,28%). Em termos absolutos Joinville perdeu -7.352 empregos, justamente por ser a maior cidade e o maior PIB do Estado.

ALÉM DOS 3 GRÁFICOS, VEJA TAMBÉM AS 3 TABELAS NO RODAPÉ DA PÁGINA:

 Tabela 1 -  Blumenau - Saldos de empregos por ocupação – 5 com os maiores saldos positivos e 5 com os maiores saldos negativos.



 Tabela 2 – Total de trabalhadores formais, saldo e variação %, 2015 e 2016.
Maiores municípios de SC.



Tabela 3 – Total de empregos e saldos 2015, 2016 e saldos por subsetores - Blumenau.



Mais informações com o Prof. Me. Nazareno L. Schmoeller 3321-0522.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

ONU procura jovens líderes para impulsionar implementação de objetivos globais

A ONU recebe até 3 de novembro inscrições para a segunda turma do programa Jovens Líderes para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visa pessoas engajadas nos esforços de erradicação da pobreza, combate às mudanças climáticas e redução das desigualdades. Podem se inscrever jovens líderes do mundo todo que tenham entre 18 e 30 anos.

Jovens participam de cerimônia pelo Dia Internacional da Paz na sede da ONU em Nova Iorque em setembro. Foto: ONU/Kim Haughton

As Nações Unidas anunciaram no sábado (7) a abertura das inscrições para a segunda turma do programa Jovens Líderes para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visa pessoas engajadas nos esforços de erradicação da pobreza, combate às mudanças climáticas e redução das desigualdades.

Liderada pela enviada especial do secretário-geral da ONU para a juventude, Jayathma Wickramanayake, a iniciativa reconhece todos os anos 17 jovens líderes que estão impulsionando ambiciosos esforços para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. O anúncio foi feito pela enviada da ONU durante a cúpula Um Mundo Jovem (One Young World) realizada na semana passada em Bogotá, na Colômbia.

O programa tem como foco líderes jovens entre 18 e 30 anos do mundo todo que atuem em diferentes questões e que estejam liderando mudanças positivas rumo a um futuro sustentável. Os 17 selecionados trabalharão com a enviada da ONU no sentido de engajar outros jovens na busca pelos ODS.

“Os jovens hoje não são os líderes de amanhã — somos os líderes de hoje”, disse Wickramanayake. “Nunca uma geração esteve tão bem equipada — com o conhecimento, a paixão e a tecnologia — para colocar o planeta e nossas sociedades em um caminho sustentável. Os jovens são a arma secreta para atingir os objetivos globais”.

Atualmente, há 1,8 bilhão de pessoas com idade entre 10 e 24 anos no mundo — são a maior geração de jovens da história. Esse número deve aumentar: até 2030, cerca de 1,9 bilhão de jovens devem completar 15 anos.

“Para alcançar os ODS, precisamos engajar uma geração de jovens que conhecem os objetivos globais, se preocupam com seu sucesso e trabalham ativamente para sua realização”, disse a enviada da ONU.

A primeira turma do programa foi anunciada em setembro de 2016, às vésperas da Assembleia Geral da ONU daquele ano. Com jovens vindos de diferentes regiões, o programa do ano passado trabalhou para mobilizar apoio aos objetivos globais. Clique aqui para saber mais sobre a turma de 2016.

Este ano, as inscrições estarão abertas até 3 de novembro e podem ser feitas pela Internet (clique aqui). Os candidatos precisam ter entre 18 e 30 anos (completados até 31 de dezembro de 2017). Os candidatos bem sucedidos serão escolhidos com base nos seguintes critérios:

• Demonstradas conquistas na promoção e no avanço do desenvolvimento sustentável;
• Capacidade de comandar um público, influenciar e inspirar seus contemporâneos;
• Influência positiva em seu campo e reputação para liderança inovadora e inclusiva;
• Demonstrada integridade, compromisso com os ODS e valores-chave da ONU.

Sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Em 1º de janeiro de 2016, os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 — adotada por líderes mundiais em setembro de 2015 em uma histórica cúpula da ONU — entraram oficialmente em vigor.

Nos próximos 15 anos, com esses objetivos que se aplicam universalmente, os países precisam mobilizar esforços para acabar com todas as formas de pobreza, combater as desigualdades e as mudanças climáticas, enquanto garantimos que ninguém seja deixado para trás.

Sobre a enviada especial da ONU para a juventude

Jayathma Wickramanayake foi nomeada pelo secretário-geral da ONU como enviada especial para a juventude em junho de 2017, aos 26 anos.

Ela trabalha para expandir o engajamento da juventude na ONU por meio de quatro pilares  — desenvolvimento sustentável, direitos humanos, paz e segurança e ação humanitária — e atua como representante e assessora do secretário-geral. Clique aqui para saber mais.


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

ONU: 7 mil recém-nascidos morrem por dia no mundo

Levantamento de agências das Nações Unidas aponta que, na África Subsaariana, uma a cada 36 crianças morre no primeiro mês de vida. Em países desenvolvidos, a taxa é de uma a cada 333.

Bebê de nove dias na cidade de Bambaya, no distrito de Kono, em Serra Leoa. Foto: UNICEF/Phelps

A cada dia de 2016, 15 mil crianças morreram antes do seu quinto aniversário. Quase metade delas – ou 7 mil bebês – faleceu nos primeiros 28 dias de vida, segundo relatório divulgado nesta semana (19) pela ONU. Documento aponta queda na mortalidade geral de crianças com menos de cinco anos, mas identifica alta na proporção de bebês que morrem durante o período neonatal.

Em 2016, 5,6 milhões de meninos e meninas com menos de cinco anos morreram. O número ainda assusta, mas representa um avanço na comparação com os quase 9,9 milhões de crianças na mesma faixa etária mortas em 2000. Já a proporção de óbitos de recém-nascidos — que morreram no período neonatal — passou de 41 para 46% do total de falecimentos de jovens que não chegam ao quinto aniversário.

“As vidas de 50 milhões de crianças foram salvas desde 2000, um testemunho do compromisso sério dos governos e dos parceiros de desenvolvimento em enfrentar as mortes infantis evitáveis”, afirmou o chefe de saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Stefan Peterson. “Mas, a menos que façamos mais para impedir que os bebês morram no dia em que nascem, ou dias após seu nascimento, esse progresso permanecerá incompleto.”

Se mantidas as tendências atuais, 60 milhões de crianças morrerão antes do quinto aniversário entre 2017 e 2030, metade delas durante o período neonatal. Em 2016, a maioria das mortes de recém-nascidos ocorreu em duas regiões: Ásia Meridional (39%) e África Subsaariana (38%). Nesta sub-região do continente africano, uma a cada 36 crianças morre no primeiro mês de vida. Em países desenvolvidos, a taxa é de uma a cada 333.

Cinco países registraram a metade de todas as mortes neonatais: Índia (24%), Paquistão (10%), Nigéria (9%), República Democrática do Congo (4%) e Etiópia (3%).

O Brasil é uma das nações que têm se destacado por reduzir a mortalidade infantil. Entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade de crianças de até um ano caiu 73,67%, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) do SUS. No entanto, bebês de até um ano ainda morrem no país por causas que poderiam ser evitadas. As maiores vítimas da mortalidade infantil no Brasil são as crianças indígenas. Elas têm duas vezes mais risco de morrer antes de completar um ano do que as outras crianças brasileiras, de acordo com dados de 2011 do DataSUS.

“A menos que façamos mais para impedir que os bebês morram no dia em que nascem, ou dias após seu nascimento, esse progresso permanecerá incompleto. Temos o conhecimento e as tecnologias requeridos – precisamos apenas levá-los aonde são mais necessários”, acrescentou Peterson.

O relatório observa que muitas vidas podem ser salvas se as iniquidades globais forem reduzidas. Se todos os países tivessem atingido a mortalidade média dos países de alta renda, 87% das mortes de menores de cinco anos poderiam ter sido evitadas e quase 5 milhões de vidas poderiam ter sido salvas em 2016.

A menos que a taxa de progresso melhore, mais de 60 países não alcançarão a meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU nº 6 de acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos até 2030. Metade dessas nações não atingirá a meta de 12 mortes neonatais por mil nascidos vivos até 2050. Esses Estados-membros registraram cerca de 80% das mortes neonatais em 2016.

Causas da mortalidade

Segundo o levantamento — elaborado pelo UNICEF, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Grupo Banco Mundial e a Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA) —, a pneumonia e a diarreia encabeçam a lista de doenças infecciosas que tiram a vida de milhões de crianças com menos de cinco anos. Esses problemas de saúde representam, respectivamente, 16% e 8% das causas de óbitos.

As complicações do nascimento prematuro e as complicações durante o trabalho de parto ou na hora do parto foram as causas de 30% das mortes de recém-nascidos em 2016. O relatório alerta ainda para os 2,6 milhões de bebês que morrem antes de nascer a cada ano. A maioria desses falecimentos poderia ter sido evitada, segundo a pesquisa.

O documento aponta que o fim das mortes infantis evitáveis pode ser conseguido por meio do acesso a profissionais de saúde especializados durante a gravidez e no momento do nascimento; de intervenções vitais, como imunização, aleitamento materno e medicamentos baratos; e da implementação de serviços eficazes de água e saneamento, dos quais as comunidades mais pobres do mundo estão atualmente desprovidas.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Soluções naturais podem responder por mais de um terço da redução das emissões de que o mundo precisa, aponta estudo

A natureza pode oferecer, de forma economicamente viável, uma redução de emissões equivalente a 11,3 bilhões de toneladas por ano até 2030
Foto: Altug Karakoc/Flickr/(cc)
Medidas que reduzem emissões de gases do efeito estufa por meio da conservação ambiental - tais como restauração de florestas, recuperação de solos e proteção de mangues – podem ser tão impactantes para a mitigação das mudanças climáticas quanto a eliminação completa da queima de petróleo. É o que revela um estudo publicado na segunda-feira, 16 de outubro, por cientistas de uma das maiores organizações ambientais do mundo, a The Nature Conservancy (TNC), e de outras 15 instituições.

A pesquisa aponta que a natureza pode oferecer, de forma economicamente viável, uma redução de emissões equivalente a 11,3 bilhões de toneladas por ano até 2030. Isso corresponde a mais de um terço (37%) da redução total que os países precisam obter para limitar o aquecimento global a 2°C.

Divulgado às vésperas da COP-23 (Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) que será realizada na Alemanha, a partir de 6 de novembro, o estudo reforça a importância de governos, empresas e comunidades incluírem as soluções naturais como parte fundamental do esforço para conter o aquecimento do planeta. Ações como a transição para uma matriz energética renovável e o incentivo aos carros elétricos continuam a ser fundamentais, mas as soluções naturais podem contribuir de maneira muito significativa.

Os cientistas descobriram, por exemplo, que se o Brasil conseguir evitar o desmatamento em seu território, obterá uma redução de emissões em volume quase igual ao produzido por uma potência industrial como a Alemanha. Projetos de reflorestamento podem remover o equivalente a um quarto das emissões dos Estados Unidos, ou quase o mesmo que produzem os setores de navegação e aviação, juntos, no mundo todo.

Uso do território
"Um quarto das emissões de gases de efeito estufa no mundo, hoje, está associado ao uso que fazemos do território. A maneira como vamos administrar esse uso, no futuro, poderá fornecer 37% da solução para a mudança climática. Isso é um enorme potencial, ou seja, se estamos falando sério sobre conter as mudanças climáticas, teremos que pensar em investir na natureza, bem como em energia renovável e transporte limpo. Vamos ter que aumentar a produção de alimentos e madeira para atender a demanda de uma população em crescimento, mas sabemos que precisamos fazer isso de forma a considerar as mudanças climáticas”, afirma Mark Tercek, CEO da TNC.

Para Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, coordenador do Centro de Agronegócios da FGV/EESP e membro do Conselho Consultivo da TNC no Brasil, a pesquisa também traz desdobramentos importantes para o país. “Esse estudo confirma que o uso mais produtivo e sustentável das áreas agricultáveis, além de ampliar a oferta de alimentos para uma população mundial crescente, pode contribuir substancialmente para a redução dos gases do efeito estufa. Países emergentes e desenvolvidos que queiram despontar como líderes globais precisam agir com base nessa nova realidade”, afirma.


Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza

Google imagem

Declaração do Administrador do PNUD, Achim Steiner, para o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza.

O tema deste ano para o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza – “Respondendo ao Chamado para Acabar a Pobreza: Um caminho rumo a sociedades pacíficas e inclusivas” – celebra o 25º aniversário da criação dessa data comemorativa e da ideia por trás dela: a de que a fome, a carência de educação e a violência não são inevitáveis; de que a extrema pobreza deve ser algo que todos nós nos empenhamos para erradicar.

Tivemos impressionante progresso na erradicação da pobreza nas últimas duas décadas. No entanto, a despeito de uma riqueza global e um avanço no desenvolvimento humano sem precedentes, desigualdades crescentes e pobreza persistente ainda impõem críticos desafios em todo o mundo. Uma em dez pessoas no planeta vivem com menos de $ 1, 90 (um dólar e noventa centavos) por dia, enquanto oito pessoas no mundo têm riqueza equivalente à metade da população mundial.

A adoção da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, há dois anos, oferecem oportunidade ímpar para lidar com essa situação. O primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, o ODS 1, desafia-nos a erradicar a pobreza em todas as suas formas em todos os lugares até 2030.

Essas formas incluem a fome e a má nutrição, o acesso limitado à educação e outros serviços básicos, a discriminação social e a exclusão, assim como a falta de participação nos processos decisórios.

A Agenda 2030 é uma agenda de desenvolvimento universal que, pela primeira vez, reconhece que as pessoas pobres vivem tanto em países pobres quanto em países ricos, e que as ações executadas em uma parte do mundo podem ter consequências profundas e de longo alcance em outra parte do planeta. Reconhece que as nações dependem umas das outras e devem trabalhar juntas para resolver os mais críticos desafios do mundo.

Erradicar a pobreza requer crescimento econômico inclusivo e sustentável. Isso significa estimular setores da economia onde os pobres tenham emprego; investir em infraestrutura social e física de qualidade onde os pobres possam viver; e oferecer os níveis essenciais mínimos de serviços básicos de saúde e educação, acesso a água potável e saneamento nessas áreas. Significa também dar atenção a fatores de distúrbio e conflito civis e enfrentar tensões crescentes em relação a recursos naturais escassos dos quais a população pobre depende.

Para que as pessoas saiam da pobreza e permaneçam fora dela, sistemas de proteção social bem elaborados podem ser poderosos instrumentos para proteger os grupos mais vulneráveis e marginalizados contra abalos como intempéries, pandemias e crises econômicas que possam levá-los de volta à pobreza.

Neste Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza, celebremos o êxito de muitas nações que retiraram tantas pessoas da pobreza e reafirmemos nosso compromisso com a erradicação da pobreza ainda em nossa geração.

Fonte: http://www.br.undp.org

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

FAO recomenda que Brasil invista em segurança alimentar

Para garantir a segurança alimentar e nutricional, os brasileiros precisam consumir os nutrientes corretosArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na data em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda que o Brasil incentive o cuidado com a alimentação e mantenha programas governamentais de acesso a alimentos para garantir a segurança alimentar dos brasileiros.

O relatório da FAO Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe 2017 indica que o Brasil será capaz de acabar com a fome, que hoje atinge cerca de 3% da população, até 2030. No entanto, para garantir a segurança alimentar e nutricional, os brasileiros precisam consumir os nutrientes corretos e até mesmo praticar exercícios físicos.

No Brasil, a alimentação é um direito garantido pela Constituição Federal e, mundialmente, o tema é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que tem como meta acabar com a fome no mundo até 2030.

"O Brasil está muito bem em termos gerais. Em 2014 saiu do Mapa da Fome, com índice de insegurança alimentar abaixo de 5%. Isso revela uma situação que não é estrutural. São grupos, que precisam de políticas focais. O Brasil não tem mais o problema estrutural da fome como outros países da América Latina", diz o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.

O relatório da FAO indica que o Brasil só vai alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 2: Fome Zero até 2030, se houver continuidade nos investimentos em políticas públicas voltadas às populações mais vulneráveis.

"É importante manter o nível de investimento social que se tinha. A crise, com certeza, é uma ameaça para esses programas. Não é fácil alocar recursos nesse momento, mas vamos torcer para que a economia consiga se recuperar e que haja recursos e investimento efetivo no desenvolvimento rural sustentável, que é a chave [para a segurança alimentar]", diz Bojanic.

Diversos programas governamentais têm impacto na segurança alimentar dos brasileiros e eles estão distribuídos em várias pastas, como Educação e Saúde com merenda escolar e campanhas de alimentação saudável e combate à obesidade; Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário e Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com programas de crédito e financiamento para agricultores familiares; Desenvolvimento Social com Bolsa Família e outros programas.

A secretária-adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, Lilian Rahal, ressalta que ainda não é possível ter um orçamento fechado do ano para políticas voltadas à alimentação porque os números ainda podem crescer com suplementações. “A situação do orçamento é pública, todo mundo sabe, temos uma redução sim, mas temos trabalhado para manter nossos programas operando, principalmente, para as populações que de fato precisam dessas políticas”, diz.

Segundo ela, apesar da redução em programas como o de aquisição de alimentos, por meio do qual o governo adquire alimentos de agricultores familiares para populações mais vulneráveis, que passou de R$ 500 milhões no ano passado para R$ 320 milhões este ano; outros programas, como o de cisternas, aumentaram o orçamento, passando de R$ 125 milhões para R$ 250 milhões. Os valores são previsões que ainda podem aumentar.

Desafios

O Brasil é um país que lida com dois extremos, são 7,2 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave. Por outro lado, 60% dos brasileiros estão com sobrepeso e 20%, obesos. Além disso, um terço das crianças está acima do peso

"A partir do momento que o Brasil sai do Mapa da Fome e a fome deixa de ser estrutural, começamos a nos preocupar com outras dimensões da má nutrição, que não a desnutrição, que passa a ser localizada. A nossa preocupação é dar conta do que ainda temos de desnutrição e dar conta de outras formas da má nutrição, como a deficiência de nutrientes, sobrepeso e obesidade", diz a secretária-adjunta.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Obesidade entre jovens aumentou mais de 10 vezes nas últimas quatro décadas, revela OMS

O número de jovens obesos, com idade de cinco a 19 anos, aumentou mais dez vezes nas últimas quatro décadas, passando de 11 milhões em 1975 para 124 milhões em 2016. É o que revela um estudo da Imperial College London e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Pesquisa foi lançada para o Dia Mundial da Obesidade, lembrado em 11 de outubro. Problema foi descrito pela agência da ONU como “uma crise mundial de saúde”.



Se as tendências atuais se mantiverem, haverá mais crianças e adolescentes com obesidade do que com desnutrição até 2022. Em 2016, havia 50 milhões de meninas e 74 milhões de meninos com obesidade no mundo, enquanto o número global de meninas e meninos com desnutrição moderada e grave era de 75 milhões e 117 milhões, respectivamente.

Os dados foram estimados a partir das medidas de peso e altura de cerca de 130 milhões de pessoas com mais de cinco anos de idade — 31,5 milhões de indivíduos entre os cinco e os 19 anos e 97,4 milhões com mais de 20 anos. Esse é o maior contingente de participantes envolvidos em um estudo epidemiológico.

Mais de mil colaboradores contribuíram para a elaboração do levantamento, que avaliou o índice de massa corporal (IMC) para investigar como a obesidade mudou ao longo dos últimos 40 anos.

As taxas de obesidade em crianças e adolescentes passaram de menos de 1% em 1975 — o equivalente a 5 milhões de meninas e 6 milhões de meninos — para quase 6% entre as jovens e quase 8% entre os rapazes, em 2016. Além dos 124 milhões de jovens de cinco a 19 anos com obesidade, outros 213 milhões estavam com sobrepeso, segundo cálculos referentes ao ano passado.

Para Fiona Bull, coordenadora do programa de vigilância e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis da OMS, os resultados do estudo “destacam, relembram e reforçam que o sobrepeso e a obesidade são atualmente uma crise mundial de saúde e, ao menos que comecemos a tomar medidas drásticas, deve piorar nos próximos anos”.

Alimentos saudáveis precisam ser mais acessíveis

O principal responsável pela pesquisa e professor da Escola de Saúde Pública da Imperial College, Majid Ezzati, aponta que o avanço da obesidade afeta todos os países, independentemente de seu estado de desenvolvimento.

“Nas últimas quatro décadas, as taxas de obesidade em crianças e adolescentes aumentaram em todo o mundo e continuam a crescer em países de baixa e média renda. Mais recentemente, se estenderam aos países de maior renda, embora os níveis de obesidade permaneçam inaceitavelmente altos”, explica.

Para o especialista, políticas públicos devem favorecer o consumo de alimentos saudáveis, garantindo preços acessíveis. “Essas tendências preocupantes refletem o impacto do marketing e das políticas de alimentos em todo o mundo, com alimentos nutritivos e saudáveis caros demais para famílias e comunidades pobres”, criticou o docente.

Segundo o pesquisador, as crianças do futuro terão mais chances de crescerem obesas e de terem doenças como o diabetes. “Precisamos de maneiras para tornar o alimento saudável e nutritivo mais disponível em casa e na escola, especialmente entre famílias e comunidades pobres, além de regulamentos e impostos para proteger as crianças de alimentos pouco saudáveis”, acrescentou Ezzati.

De acordo com a OMS, o cenário é sintomático de que a má nutrição — em todas as suas formas, seja a subnutrição, seja a obesidade — continua sendo um desafio para todos os países.

Na avaliação do organismo das Nações Unidas, crianças e adolescentes passaram rapidamente de uma maioria com desnutrição para uma maioria com sobrepeso em muitos países de média renda, incluindo no Leste Asiático, América Latina e Caribe.

Os autores da publicação ressaltam que isso pode ser reflexo de um crescimento no consumo de alimentos mais calóricos, especialmente carboidratos altamente processados, que levam ao aumento de peso e a baixos resultados de saúde ao longo da vida.

Soluções

Junto com o estudo, a OMS lançou o plano de implementação da iniciativa Ending Childhood Obesity (Acabando com a Obesidade Infantil, em tradução livre para o português). Documento apresenta recomendações para países e parceiros. Entre as orientações da OMS, estão:

A implementação de programas integrais que promovam a ingestão de alimentos saudáveis e reduzam o consumo de alimentos não saudáveis e bebidas açucaradas entre crianças e adolescentes;

A implementação de programas integrais que promovam atividades físicas e reduzam comportamentos sedentários entre crianças e adolescentes;

A integração e fortalecimento das orientações para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, com orientações atualizadas para o momento pré-concepção e cuidados pré-natais para reduzir o risco de obesidade na infância;

A difusão de orientações e prestação de assistência para promover dietas saudáveis, sono e atividades físicas durante a primeira infância, a fim de assegurar que as crianças cresçam apropriadamente e desenvolvam hábitos saudáveis;

A implementação de programas integrais que promovam ambientes escolares saudáveis, aulas sobre saúde e nutrição e atividades físicas entre crianças e adolescentes na idade escolar;
O oferecimento de serviços familiares na gestão de peso e estilo de vida para crianças e jovens que são obesos.

Fonte: https://nacoesunidas.org

terça-feira, 10 de outubro de 2017

UNICEF pede que países priorizem desenvolvimento da primeira infância

Não há um período mais crítico para o desenvolvimento de uma criança do que os primeiros 1 mil dias de vida. Ainda assim, 32 países não possuem três políticas nacionais básicas para apoiar pais de bebês e crianças pequenas, segundo novo relatório publicado no fim de setembro (21) pelas Nações Unidas.

A agência da ONU pede que os países garantam dois anos de educação pré-primária gratuita; pausa para amamentação no trabalho para as novas mães durante os primeiros seis meses da criança; e licença parental adequada para pais e mães.

Bebê nascido na cidade de Aktau, Cazaquistão. Foto: UNICEF
De acordo com o relatório “Early Moments Matter for Every Child“, publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apenas 15 países – incluindo Cuba, França, Portugal, Rússia e Suécia – adotam as três políticas fundamentais para apoiar o desenvolvimento saudável do cérebro das crianças. São elas: dois anos de educação pré-primária gratuita; pausa para amamentação no trabalho para as novas mães durante os primeiros seis meses; e licença parental adequada.

Segundo o UNICEF, essas políticas ajudam os pais a proteger melhor seus filhos e a lhes proporcionar uma melhor nutrição, diversão e experiências de aprendizado nos primeiros anos cruciais da vida, quando o cérebro cresce a uma taxa nunca mais repetida.

O relatório indica que cerca de 85 milhões de crianças menores de 5 anos estão crescendo em 32 países sem nenhuma das três políticas citadas. Além disso, 40% dessas crianças vivem em apenas dois países: Bangladesh e Estados Unidos.

“Qual é a coisa mais importante que as crianças têm? São seus cérebros. Mas nós não estamos cuidando dos cérebros das crianças da forma com a qual nos preocupamos com seus corpos – especialmente na primeira infância, quando a ciência mostra que os cérebros e o futuro delas estão sendo rapidamente moldados”, disse Anthony Lake, diretor-executivo do UNICEF.

Lake ressaltou ainda que é preciso “fazer mais para dar aos pais e cuidadores de crianças pequenas o apoio que eles precisam durante este período mais crítico de desenvolvimento cerebral”.

O relatório aponta também que milhões de crianças com menos de 5 anos vivem em áreas afetadas por conflitos, estão subalimentadas e privadas de atividades estimulantes fundamentais para o crescimento saudável do cérebro.

Instando os governos a investirem nas crianças e em suas famílias, o UNICEF pediu ações para apoiar o desenvolvimento da primeira infância. Entre elas, estabelecer políticas familiares nacionais, incluindo dois anos de educação pré-escolar gratuita, licença parental e intervalos remunerados de amamentação para as mães que trabalham.

“Políticas que apoiam o desenvolvimento da primeira infância são um investimento fundamental nos cérebros de nossas crianças e, portanto, nos cidadãos e na força de trabalho do futuro – e, literalmente, no futuro do mundo”, disse Lake.

No início de 2017, a UNICEF lançou a campanha #PrimeirosMomentosImportam, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o impacto crítico que as primeiras experiências têm no desenvolvimento do cérebro infantil durante os primeiros 1 mil dias de vida.


Foi lançada a segunda edição do Volume 2, do Boletim Informativo de Economia



Acesse o site para saberes mais sobre o boletim: bit.do/boletimfurb

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Desenvolvimento sustentável deve envolver os 399 municípios do Paraná


Uma proposta de municipalização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), abrangendo as 399 cidades paranaenses, foi destaque no Leader’s Summit 2017, evento que ocorreu paralelamente a 72a. Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), realizada em setembro, em Nova York. A ideia é que o Paraná seja o primeiro estado totalmente comprometido com a Agenda 2030.

Os avanços do Paraná na implantação dos ODS foram apresentados pela vice-presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Cedes), Keli Cristina de Souza Gali Guimarães. “Sabemos exatamente o Paraná que queremos em 2030”, afirma ela. “Estamos trabalhando para chegar lá, sem deixar ninguém para trás”.

De acordo com Keli Guimarães, o conselho, em parceria com a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) e o Instituto Paranaenses de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), está desenvolvendo uma plataforma de Business Intelligence para estabelecer quais metas serão prioritárias para o Estado.

Ela destacou ainda que as parcerias firmadas no Paraná permitem a incorporação da agenda global nas diferentes instituições estaduais e municipais. “Estamos dispostos a reforçar as parcerias multissetoriais e continuar apoiando cada vez mais a expansão e as iniciativas do Programa Cidades em nosso Estado”, declarou ela.

EXEMPLOS – Como exemplo de ação de instituições citou a Secretaria da Fazenda, que de forma inédita incluiu os ODS no orçamento do Paraná, e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que passará a desenvolver métodos de acompanhamento da evolução dos indicadores e a introdução dos 17 objetivos na avaliação das contas anuais do governo, conforme acordo firmado em 2016.

A promoção de ações da agenda da ONU também tem apoio da Copel. O presidente da empresa, Antônio Sérgio Guetter, que também esteve no encontro em Nova York, propôs a Michael Nolan, diretor executivo do UN Global Cites, a instalação do Núcleo da Região Sul do Brasil do Programa Cidades do Pacto Global no Paraná, que deve ficar sob o comando do diretor Jurídico e de Relações Institucionais da Copel, Cristiano Hotz.

VANGUARDA – Segundo Keli, tanto o Paraná quanto o Brasil estão na vanguarda da implantação da agenda 2030, inciativa que tem o apoio da Organização das Nações Unidas e prevê o cumprimento de 17 ações que tem por objetivo ampliar e melhorar a qualidade de vida da população mundial.

A evolução na disseminação e engajamento de todos seus municípios paranaenses, com vistas à implantação da Agenda 2030 (ODS), será debatida em um evento que vai acontecer entre os dias 27 e 29 de novembro em Foz do Iguaçu. Nele estarão presentes representantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), dos governos federal, Estadual e municipais, além das entidades como a Itaipu, Associação dos Municípios do Paraná (AMP), Copel, Sanepar e Paranacidade.


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Instituição oferece aulas de basquete e empoderamento feminino no Senegal

Jovens senegalesas são incentivadas a praticarem esportes e estudaremImagem: Reprodução/seedproject
Com o objetivo de igualar as oportunidades de gênero no Senegal, país da África onde 90% da população é muçulmana, nasceu o Seed Project. O lema da instituição é “Nós usamos a educação e o basquete para desenvolvermos a próxima geração de líderes Africanos".

Além do esporte e dos treinos o projeto também desenvolveu programas de empoderamento feminino que contam com a participação de alunos, funcionários e familiares. O objetivo é que todos se envolvam em discussões sobre igualdade de gênero. Além disso, há também oficinas de capacitação específicas para que mulheres possam se expressar.

O local atende mulheres de até 20 anos e desde 2013, 88% dos alunos estão na universidade e nove graduados estão matriculados em faculdades na França, no Senegal e nos Estados Unidos.

“Na SEED, entendemos que as mulheres jovens muitas vezes não têm acesso à programação de esportes de qualidade como seus pares masculinos, e não são encorajadas desde jovens a atingir os mesmos objetivos que os meninos. Por isso, a ideia principal é proporcionar às nossas meninas um ambiente de apoio onde elas possam construir habilidades para a vida, desenvolver suas vozes e expressar suas opiniões livremente". As informações são do site da instituição.

Atualmente, são atendidos 2 mil jovens semanalmente no Senegal, na Gâmbia e nos Estados Unidos e eles contam com programas de desenvolvimento acadêmico, atlético e de liderança pós-escola. Também há treinamentos para treinadores de basquete juvenis em toda a África.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

[SIGAD] Você Sabia?! Retorno em relação à arrecadação federal

Nos últimos dez anos (2007-2016), o montante arrecadado por Blumenau em tributos federais é sempre bastante superior ao valor recebido em transferências, como podemos observar no Gráfico 1.




Há, portanto, uma diferença significativa entre a arrecadação e o retorno. Conforme mostra o Gráfico 2, a diferença entre a arrecadação e as transferências passou, em valores nominais, de R$ 500.692.978 em 2007 para R$ 1.268.699.104 em 2016.



Em termos percentuais, o Gráfico 3 evidencia que entre 2007 e 2016 o retorno (em transferências) em relação à arrecadação federal é inferior a 20% em todos os anos, exceto em 2008. O município de Blumenau teve em média um retorno de 17,7% do que arrecadou em tributos federais no período.



Fonte: Elaboração projeto SIGAD/FURB  (furb.br/sigad)

Crise de aprendizagem’ global ameaça futuro de milhões de jovens, alerta Banco Mundial

Mesmo depois de muitos anos na escola, milhões de crianças não conseguem ler, escrever ou fazer matemática básica, alertou o Banco Mundial por meio de um relatório. Segundo o organismo mundial, a educação sem aprendizagem é um desperdício terrível de recursos preciosos e do potencial humano.
Menino em uma sala de aula em região rural no Nepal. Foto: Aisha Faquir/Banco Mundial

A educação sem aprendizagem é um desperdício terrível de recursos preciosos e do potencial humano, disse o Banco Mundial no final de setembro (26).

O organismo internacional alerta em seu novo relatório que milhões de jovens estudantes em países de rendas baixa e média enfrentam o cenário de oportunidades perdidas e baixos salários por não ter uma educação adequada nas escolas primárias e secundárias.

O ‘Relatório de Desenvolvimento Mundial 2018’ defende que a educação sem o aprendizado adequado não é apenas uma oportunidade desperdiçada, mas também uma grande injustiça a crianças e jovens em todo o mundo.

“Essa crise de aprendizagem é uma crise moral e econômica”, disse Jim Yong Kim, presidente do Grupo do Banco Mundial, em um comunicado de imprensa sobre o lançamento do relatório.

De acordo com o documento, sem uma aprendizagem adequada, a educação não conseguirá cumprir sua promessa de eliminar a pobreza extrema e criar oportunidades e prosperidade para todos.

Mesmo depois de muitos anos na escola, milhões de crianças não conseguem ler, escrever ou fazer matemática básica. Kim ressaltou ainda que as crianças que mais perdem os benefícios da educação são aquelas que mais precisam da educação de boa qualidade para “progredirem na vida”.


Crise de aprendizagem está ampliando, e não reduzindo, diferenças sociais


De acordo com o Banco Mundial, essa crise de aprendizagem está aumentando as diferenças sociais, em vez de diminuí-las. Os jovens estudantes que já estão em situação de desvantagem devido a pobreza, conflito, gênero ou deficiências chegam à idade adulta sem competências básicas de vida.

O relatório recomenda políticas concretas para ajudar países em desenvolvimento a resolver a crise, como avaliações de aprendizado mais sólidas quanto ao que funciona e ao que não funciona. O documento também aborda a mobilização social necessária para impulsionar mudanças educacionais que defendem a aprendizagem para todos.

As principais avaliações internacionais sobre alfabetização e numeração mostram que o aluno médio em países pobres tem desempenho menor que 95% em países de alta renda.

Segundo o Banco Mundial, muitos estudantes de alto desempenho em países de média renda são classificados como de baixo desempenho em um país mais rico. A pesquisa apontou que quando os países e seus líderes colocam a aprendizagem de todos como uma prioridade nacional, os padrões de educação melhoram dramaticamente.

Elaborado por uma equipe dirigida pelos economistas Deon Filmer e Halsey Rogers, o relatório identifica o que impulsiona essas falhas de aprendizado, analisando não apenas as formas como o ensino e o aprendizado se dividem nas escolas, mas também as forças políticas que causam a persistência desses problemas.

Após consultas com governos, setor privado e organizações de desenvolvimento e pesquisa em 20 países, as recomendações políticas oferecidas são: avaliar a aprendizagem para que ela tenha um objetivo mensurável; fazer as escolas trabalharem para todas as crianças; e mobilizar todos os que têm interesse em aprender.

Fonte; https://nacoesunidas.org

terça-feira, 3 de outubro de 2017

OCDE: Brasil está entre os que menos gastam com ensino primário

País investe em universitários mais do que o triplo do que é gasto com estudantes do ensino fundamental e médio, revela estudo que analisou sistemas de ensino de 45 países.

Foto: Colégio Exato
O Brasil é um dos países que menos gastam com alunos do ensino fundamental e médio, mas as despesas com estudantes universitários se assemelham às de países europeus, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No estudo "Um Olhar sobre a Educação", divulgado nesta terça-feira, a entidade analisa os sistemas educativos dos 35 países membros da organização, a grande maioria desenvolvidos, e de dez outras economias, como Brasil, Argentina, China e África do Sul.

O Brasil gasta anualmente US$ 3,8 mil (R$ 11,7 mil) por aluno do primeiro ciclo do ensino fundamental (até a 5ª série), informa o documento. O valor em dólar é calculado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC) para comparação internacional.

A cifra representa menos da metade da quantia média desembolsada por ano com cada estudante nessa fase escolar pelos países da OCDE, que é de US$ 8,7 mil. Luxemburgo, primeiro da lista, gasta US$ 21,2 mil.

Entre os países analisados no estudo, apenas seis gastam menos com alunos na faixa de dez anos de idade do que o Brasil, entre eles a Argentina (U$ 3,4 mil), o México (US$ 2,9 mil) e a Colômbia (U$ 2,5 mil). A Indonésia é o país lanterna, com gastos de apenas US$ 1,5 mil.

Nos anos finais do ensino fundamental e no médio a situação não é diferente. O Brasil gasta anualmente a mesma soma de US$ 3,8 mil por aluno desses ciclos e também está entre os últimos na lista dos 39 países que forneceram dados a respeito.

A média nos países da OCDE nos últimos anos do ensino fundamental e no médio é de US$ 10,5 mil por aluno, o que representa 176% a mais do que o Brasil.

Ensino superior

A situação no Brasil muda em relação aos gastos com estudantes universitários: a quantia passa para quase US$ 11,7 mil (R$ 36 mil), mais do que o triplo das despesas no ensino fundamental e médio.

Com esse montante, o Brasil se aproxima de alguns países europeus, como Portugal, Estônia e Espanha, com despesas, respectivamente, por aluno universitário, de US$ 11,8 mil, US$ 12,3 mil e US$ 12,5 mil, e até ultrapassa países como a Itália (US$ 11,5 mil), República Checa (US$ 10,5 mil) ou Polônia (U$ 9,7 mil).

A média nos países da OCDE é de US$ 16,1 mil, puxada por despesas mais elevadas de países como os Estados Unidos, Noruega, Luxemburgo e Reino Unido.

Os gastos no Brasil com alunos universitários também superam os da Coreia do Sul, de U$ 9,6 mil.

O país asiático, que gasta um pouco mais com o ensino fundamental (U$ 9,7 mil), está entre os primeiros do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) da OCDE. O teste mede conhecimentos de estudantes na faixa de 15 anos nas áreas de ciências, matemáticas e compreensão escrita.

Já o Brasil está entre os últimos no teste do PISA e apenas 17% dos jovens entre 25 e 34 anos têm diploma universitário, um dos índices mais baixos entre os países do estudo.

Tenha acesso aos indicadores de escolaridade da sua localidade no Portal Longevidade e Produtividade.

Atenção ao básico

Em média, os membros da OCDE gastam quase a metade a mais por estudante do ensino universitário do que com os do primário, diz o documento, "enquanto Brasil e México gastam três vezes mais".

A OCDE vem destacando nos últimos estudos que houve aumento dos investimentos públicos em educação no Brasil. Em porcentagem do PIB, o Brasil está próximo da média dos países da organização.
Os gastos com educação totalizaram 4,9% do PIB brasileiro (último dado disponível no estudo). A média dos países da OCDE é de 5,2% do PIB.

Ao mesmo tempo, a OCDE vem afirmando que é preciso aumentar os gastos por aluno do ensino fundamental e médio, considerados bem abaixo do montante considerado adequado pela organização.

Apesar da melhora no nível de investimentos em educação no Brasil, o Brasil continua entre os últimos do ranking dos testes de avaliação do PISA.

Na avaliação da organização, isso ocorre porque houve maior acesso à educação no país, com a inclusão no sistema de ensino de alunos desfavorecidos e com atrasos de aprendizagem, o que acaba puxando o desempenho geral dos estudantes brasileiros para baixo.


Fonte: http://www.portalodm.com.br