sexta-feira, 27 de abril de 2018

ONU identifica plástico descartável a mais de 10km de profundidade no mar

A cratera oceânica mais profunda de todo o planeta é também um depósito de lixo plástico. É o que revela um novo relatório da ONU Meio Ambiente, que lança luz sobre a poluição em águas profundas. Agência das Nações Unidas mostra que garrafas, embalagens e outros descartáveis já percorreram quilômetros rumo ao fundo do mar.

Peixe de águas profundas no Aquário de Ripley, em Toronto, no Canadá. Foto: Flickr (CC)/Benson Kua

A 10.898 metros da superfície, uma sacola plástica foi identificada boiando nas Fossas das Marianas, no oeste do Pacífico, o trecho mais fundo de nossos oceanos. O achado é uma das descobertas do estudo “A pegada humana no abismo: registros de 30 anos de detritos plásticos em regiões abissais”, divulgado neste mês (6).

Pesquisadores da ONU Meio Ambiente se debruçaram sobre mais de 30 anos de fotografias e vídeos coletados e armazenados pelo Centro de Detritos das Regiões Abissais, mantido pelo Centro Global de Dados Oceanográficos do Japão.

Feitas com o uso de submarinos e de veículos remotamente controlados, as imagens apontam que os plásticos são uma constante mesmo nesses ecossistemas remotos.

Em 5.010 mergulhos feitos pelos submarinos, mais de 3 mil artefatos de origem humana — incluindo plástico, metal, borracha e equipamento de pesca — foram contabilizados. Mais de um terço desses resíduos era macro-plástico. Desse volume, 89% eram produtos descartáveis. Em regiões abaixo dos seis quilômetros de profundidade, mais da metade dos detritos era lixo plástico — quase todos eram itens de uso único.

O relatório alerta para a necessidade de transformar hábitos diários, cujas consequências incluem a poluição da natureza, mesmo quando essa natureza está bem distante das cadeias de produção e consumo de plástico.

Nas regiões abissais, o plástico pode perdurar por milhares de anos e ameaçar a vida marinha. Os ecossistemas das águas profundas são considerados altamente endêmicos, com espécies que são encontradas apenas nessas partes do mundo.

Segundo a ONU Meio Ambiente, há uma preocupação cada vez maior com o impacto da exploração de recursos biológicos e não biológicos sobre a flora e a fauna dessas zonas submersas. Práticas nocivas incluem a pesca de arrasto, a mineração e também atividades do setor de infraestrutura.

Para reduzir a poluição por plástico das fossas e fendas oceânicas, a solução é diminuir a produção desse tipo de resíduo. A agência das Nações Unidas defende o estabelecimento de uma rede de monitoramento global para compartilhar os dados limitados sobre a poluição plástica nessas regiões. Pesquisas de avaliação de impacto também devem ser prioridade para áreas ecológica e biologicamente importantes e que já têm altas concentrações de lixo plástico.

Outra medida é o uso de modelos de circulação oceânica para identificar como o plástico viaja da terra e da superfície para as regiões abissais.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Como separar os resíduos para a reciclagem

Se cada brasileiro encaminhar uma latinha para a reciclagem, a economia de energia elétrica da produção de novas latinhas a partir desse material (ao invés de matéria-prima bruta) equivaleria ao consumo de quase 220 mil residências por um mês
Foto: Alexandre Pereira/Flick/(cc)
Há uma série de benefícios associados a reciclagem de materiais e, às vezes, não nos damos conta do impacto que pequenas ações podem ter.

Por exemplo, uma latinha de alumínio reciclada, além de não exigir a extração de matéria prima bruta e os impactos associados, permite economizar 95% da energia que seria gasta para fazer a mesma latinha a partir do minério de alumínio extraído da natureza.

Se cada brasileiro encaminhar uma latinha para a reciclagem, a economia de energia elétrica da produção de novas latinhas a partir desse material (ao invés de matéria-prima bruta) equivaleria ao consumo de quase 220 mil residências por um mês.

Assim, é importante separar corretamente os seus resíduos para que sejam encaminhados e tratados mais facilmente nas cooperativas de reciclagem.

Para facilitar essa tarefa, consulte a tabela que elaboramos com base na ferramenta do site ecycle:

PAPÉIS

Podem ser reciclados:
  • Papéis de escritório, usados para escrever e/ou imprimir, podem ser destinados para a reciclagem. Exemplos: papéis de caderno, jornais, revistas, panfletos
  • Cartões e cartolinas, caixas de papelão
  • Papéis de embalagem, de embrulho de presentes
  • Papel de seda
Não podem ser reciclados:
  • Papéis sanitários (papel higiênico e lencinhos de papel, por exemplo.)
  • Papéis sujos, engordurados ou contaminados com substâncias nocivas à saúde
  • Papéis encerados, com substâncias impermeáveis, e revestidos com silicone ou parafina
  • Papel vegetal
  • Papéis de cupom fiscal, comprovante de cartão de crédito/débito, extrato bancário
  • Papel fotográfico/fotografia
  • Fitas e etiquetas adesivas
  • Os papéis recobertos com outro tipo de material, como o plástico (papéis plastificados) ou alumínio (papéis laminados) – muito comuns em embalagens, como as de alimentos – são de difícil reaproveitamento, portanto são também considerados não-recicláveis.[Para saber os postos de coleta mais próximos da sua casa, consulte a ferramenta da eCycle]
PLÁSTICOS

Podem ser reciclados:
  • Embalagens e tampas de xampus, detergentes, garrafas pet e outros produtos de uso doméstico
  • Embalagens plásticas de alimentos (caixinha plástica de ovos, por exemplo)
  • Utensílios plásticos como canetas esferográficas (sem o reservatório da tinta), escovas de dentes, baldes, artigos de cozinha, copos etc.
  • Sacolas
  • Isopor
  • Canos e tubos de PVC
  • Embalagens PET
  • Filmes plásticos
  • Acrílico
Não podem ser reciclados:
  • Plástico tipo celofane
  • Embalagens plásticas metalizadas, como de alguns salgadinhos
  • Plásticos termofixos, usados na indústria eletro-eletrônica e na produção de alguns computadores, telefones e eletrodomésticos (a melhor forma de descarte é procurar um ponto de coleta do fabricante)[Para saber os postos de coleta mais próximos da sua casa, consulte a ferramenta da eCycle]
VIDRO

Podem ser reciclados:
  • Garrafas de bebidas
  • Frascos em geral (molhos, condimentos, remédios, perfumes, produtos de limpeza)
  • Cacos de qualquer dos produtos acima
Não podem ser reciclados:
  • Espelhos
  • Vidros de janelas
  • Vidros de automóveis
  • Tubos de televisão e válvulas
  • Ampolas de medicamentos. Atenção, os medicamentos não devem ser descartados no lixo comum, pois podem contaminar o meio ambiente e prejudicar a saúde da população. Procure um posto de coleta especial.
  • Cristal
  • Vidros temperados não podem ser reciclados, por exigir aditivos que não podem ser reprocessados em sua fabricação. Entenda melhor o que são aqui.

Exigem descarte especializado:


METAIS:

Podem ser reciclados:
  • Latas de óleo, sardinha, creme de leite, feitas com aço revestido com estanho (folha-de-flandres)
  • Alumínio: latas de refrigerantes, cerveja, chás, tampa do iogurte, folhas de alumínio
  • Ferragens
  • Arame
  • Fio de cobre
  • Panela sem cabo
  • Embalagem do marmitex
Não pode ser reciclado:
  • Esponja de aço
  • Lata de aerosol
  • Lata de tinta
  • Lata de verniz
  • Exigem descarte especializado:
  • Pilhas e baterias

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

terça-feira, 24 de abril de 2018

Seminário: Evolução de Sistemas de Meio Ambiente: reflexos e desafios em políticas, planejamento e gestão


No dia 24 de abril o Núcleo de Politica Públicas (NPP), organizou um seminário com o Professor Doutor Arlindo Philippi Junior, da faculdade de Saúde Pública da USP, que contou com a participação de discentes e docentes do PPGDR. No seminário foi abordado a seguinte temática: “Evolução de Sistemas de Meio Ambiente: reflexos e desafios em políticas, planejamento e gestão”. 

O debate foi em torno das questões sobre o Meio Ambiente, desafios e conquistas em políticas ambientais, decorridas de movimentos e ações internacionais relacionadas aos impactos ambientais.

Acrescentou como desafios para as Universidades incorporar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em suas pesquisas e ações.

Excesso de peso e obesidade respondem por 15 mil casos de câncer por ano no Brasil

Estudo feito por brasileiro em colaboração com a Harvard University, que avaliou o impacto do aumento do índice de massa corporal na população, pode servir como base para a criação de políticas públicas (foto: Ciência Aberta / Folha Press)
Estima-se que pelo menos 15 mil casos de câncer por ano no Brasil – ou 3,8% do total – poderiam ser evitados com a redução do excesso de peso e da obesidade.

De acordo com um estudo epidemiológico feito no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em colaboração com a Harvard University (Estados Unidos), esse número deve crescer até 2025, quando se estima que mais de 29 mil novos casos de câncer atribuíveis à obesidade e sobrepeso devam surgir, índice que vai representar 4,6% de todos os novos casos da doença no país.

“O problema principal é que vem ocorrendo um aumento nas prevalências de excesso de peso e obesidade no Brasil e, com isso, os casos de câncer atribuíveis a essas duas condições também devem crescer. Fora isso, espera-se que haja um aumento nos casos de câncer como um todo, pois a população do país vai aumentar e envelhecer”, disse Leandro Rezende, doutorando na FMUSP.

Rezende é o primeiro autor de artigo publicado na revista Cancer Epidemiology, com o título The increasing burden of cancer attributable to high body mass index in Brazil. O trabalho é resultado de uma Bolsa de Pesquisa no Exterior da FAPESP realizada na Harvard University.

Segundo o pesquisador, o aumento do poder econômico nos últimos anos levou a um maior consumo, porém, no caso da alimentação, o fenômeno ficou atrelado principalmente aos alimentos ultraprocessados.

“O estudo mostra essa fase de transição nutricional epidemiológica. São justamente esses alimentos altamente calóricos, com quantidade elevada de açúcar, sal e gordura, que também são os produtos mais baratos”, disse.

Obesidade e sobrepeso estão associados ao aumento de risco de 14 tipos de câncer, como o câncer de mama (pós-menopausa), cólon, reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, mieloma múltiplo, esôfago, ovário, pâncreas, próstata, estômago e tireoide, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a incidência desses 14 tipos de câncer corresponde à metade do total de casos da doença diagnosticados por ano.

O estudo feito por Rezende, em colaboração com pesquisadores brasileiros e norte-americanos, calculou a fração atribuível populacional (FAP) do câncer relacionado ao índice de massa corporal (IMC) elevado. A FAP é uma métrica para estimar a proporção da doença possível de prevenir na população caso o fator de risco (nesse caso o sobrepeso e a obesidade) fosse eliminado, mantendo os demais fatores/causas estáveis.

De acordo com o estudo, 3,8% dos mais de 400 mil casos de câncer diagnosticados anualmente são atribuíveis ao IMC elevado. Verificou-se também que esses casos são mais comuns em mulheres (5,2%) do que em homens. Isso se dá não apenas pelo fato de a média do IMC ser mais elevada nas mulheres mas, principalmente, porque três tipos de câncer atribuíveis à obesidade e sobrepeso – ovário, útero e câncer de mama – afetam quase exclusivamente a população feminina.

Para estimar o excesso de peso e a obesidade na população brasileira, os pesquisadores usaram dados sobre IMC no Brasil em 2002 e 2013 da Pesquisa de Orçamentos Familiares e da Pesquisa Nacional de Saúde, ambas conduzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise de dados em dois momentos, e com 10 anos de diferença, se justifica para analisar a latência da doença a partir do excesso de peso ou obesidade.

De acordo com os dados do IBGE, 40% da população brasileira tinha sobrepeso ou obesidade em 2002. Em 2013, o total subiu para aproximadamente 60%. Levando em conta IMC, magnitude do risco relativo, casos da doença e período de latência, os autores estimaram que, em 2012, cerca de 10 mil casos de câncer em mulheres e 5 mil casos em homens eram atribuíveis ao excesso de peso e obesidade aferidos dez anos antes.

Dados sobre a incidência de câncer foram obtidos do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da base Globocan da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da OMS.

De modo a quantificar a dimensão da contribuição do sobrepeso e da obesidade na incidência de câncer no Brasil, os autores do estudo estimaram FAPs da doença em 2012 (com dados existentes) e em 2025 (por meio de projeção) atribuídas a IMC elevado. As frações foram calculadas de acordo com sexo, idade, área geográfica e tipo de câncer.

Abordagem regional

O trabalho é um dos primeiros a fazer comparações regionais sobre a relação entre obesidade e câncer. De acordo com o estudo, as maiores FAPs, para todos os tipos de câncer, foram encontradas nos estados das regiões Sul (3,4% de mulheres para 1,5% de homens) e Sudeste (3,3% de mulheres para 1,5% de homens).

Nas mulheres, as maiores FAPs foram encontradas nos estados de Rio Grande do Sul (3,8%), Rio de Janeiro e São Paulo (ambos 3,4%). Nos homens, as FAPs mais altas foram em Mato Grosso do Sul e São Paulo (ambos 1,7%).

“Houve aumento do IMC no país inteiro. Observamos que o impacto da obesidade é maior nas regiões Sul e Sudeste, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mais ricos e com maiores IMC. No entanto, não se justifica uma estratégia de prevenção de câncer e redução da obesidade exclusivamente nessas duas regiões”, disse Rezende à Agência FAPESP.

Isso porque, de acordo com o artigo, ao comparar os dados de IMC de 2013 e de 2002, os autores perceberam que as regiões Norte e Nordeste tiveram o maior aumento de IMC em comparação com outras regiões. “Os dados mostram que é preciso tomar precauções em outros locais, além do Sul e Sudeste”, disse Rezende.

Políticas públicas

Na avaliação de José Eluf Neto, professor titular da FMUSP e orientador do estudo, o interessante é poder mensurar o impacto da relação de câncer e obesidade para a saúde pública e, com base nisso, planejar ações e investimentos.

“Hoje se sabe que há uma razão biológica para haver essa relação, com mecanismos moleculares ou metabólicos bem descritos. É o caso da insulina. A obesidade causa resistência à insulina gerando inflamações e o aumento da proliferação celular”, disse Eluf Neto.

De acordo com o artigo publicado na Cancer Epidemiology, as vendas de produtos ultraprocessados cresceram 103% em toda a América Latina entre os anos de 2000 e 2013, acompanhadas de um consequente aumento no IMC nos países da região. Para os autores, reverter esse quadro exige políticas públicas como a regulamentação de imposto, rotulagem nutricional e restrição de marketing de alimentos ultraprocessados.

“Esse crescimento de vendas na América Latina retrata uma estratégia da indústria de alimentos, assim como foi, ou tem sido, a da indústria de tabaco. Quando alguns países começam a regular minimamente a venda e publicidade desses alimentos, eles partem para regiões em que as leis ainda não foram estruturadas para promover a saúde da população”, disse Rezende.

Segundo ele, o crescimento dos alimentos ultraprocessados no Brasil é comparável ao que ocorreu com a indústria de tabaco nos anos 1980. “O tabagismo, hoje, é um problema maior em países de baixa e média renda porque é onde a indústria de tabaco está focada. Fazer isso no Brasil em 2018 ficou mais complicado. Temos restrição de publicidade, é proibido fumar em ambiente fechado. Já no caso dos alimentos ultraprocessados, é como se estivéssemos em 1980. Os produtos não são comercializados, rotulados e taxados de maneira adequada a garantir a saúde da população”, disse.

Rezende ressalta que em países como o México e o Reino Unido, por exemplo, começa a se taxar produtos como bebidas açucaradas.

A equipe de pesquisadores está calculando também o peso de outros fatores – como sedentarismo, tabagismo, alimentação e consumo de álcool – na incidência e mortalidade por câncer. Os dados desses outros fatores ainda não foram publicados, mas o objetivo final do trabalho é compará-los e estimar quantos casos de câncer seriam evitáveis no Brasil.

“Existem fatores genéticos que aumentam o risco do desenvolvimento do câncer, mas isso não é algo modificável e também eles não excluem os outros fatores que causam a doença. O tabagismo é o principal fator de risco ou causa de câncer no Brasil, podemos adiantar essa análise, mas ele está caindo de forma importante, com prevalência em cerca de 15% da população. Com isso, outros fatores começam a ganhar relevância na formação de políticas públicas. Os dados mostram que não dá para cessar os esforços para reduzir o tabagismo, mas combater o sobrepeso e a obesidade também deve ser prioridade”, disse.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

UNICEF: falta de iodo na alimentação pode causar danos cerebrais em 19 milhões de bebês no mundo

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a falta do elemento químico durante a gravidez e a infância resulta em déficits neurológicos e psicológicos, diminuindo o “QI” de uma criança em 8 a 10 pontos. O número de bebês sem quantidades adequadas da substância na dieta equivale a 14% de todos os recém-nascidos.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Anualmente, cerca de 19 milhões de bebês em todo o mundo correm o risco de sofrer danos cerebrais, que são permanentes, mas evitáveis. O motivo é a falta de iodo nos primeiros anos de vida, que também pode causar reduções da função cognitiva. É o que revela um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e seu parceiro, a Aliança Global de Melhor Nutrição (GAIN), divulgado no mês de março.

A pesquisa observa que a falta do elemento químico durante a gravidez e a infância resulta em déficits neurológicos e psicológicos, diminuindo o “QI” de uma criança em 8 a 10 pontos. O número de bebês sem quantidades adequadas da substância na dieta equivale a 14% de todos os recém-nascidos.

“Os nutrientes que uma criança recebe nos primeiros anos de vida influenciam o desenvolvimento do cérebro para a vida toda e podem contribuir positivamente ou prejudicar a sua chance de um futuro próspero”, disse o consultor sênior de nutrição do UNICEF, Roland Kupka.

“Protegendo e apoiando o desenvolvimento das crianças no início da vida, somos capazes de obter imensos resultados para elas ao longo do tempo”, acrescentou o especialista. Segundo Kupka, a iodação do sal é barata e economicamente benéfica, custando anualmente cerca de dez centavos de real por criança.

Para cada três reais gastos em iodação salina, o UNICEF estima um retorno médio de cem reais em ganhos associados ao aumento da capacidade cognitiva.

O relatório “Futuros mais brilhantes: Protegendo o desenvolvimento inicial do cérebro através da iodização do sal” também aponta que mais 25% das crianças afetadas — cerca de 4,3 milhões — vivem no sul da Ásia.

A região, porém, possui a segunda maior taxa de iodação salina do mundo — 87% da população tem acesso a sal iodado.

A menor cobertura foi identificada no sul e leste da África, onde cerca de 25% da população não tem acesso ao sal iodado, deixando 3,9 milhões de bebês desprotegidos contra distúrbios por deficiência de iodo todos os anos.

Os primeiros dois anos de vida são os mais críticos para o desenvolvimento de uma criança. A nutrição, junto com proteção e atividades estimulantes, tais como brincadeiras e aprendizado precoce, definem o desenvolvimento do cérebro para a vida toda.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Canudinho comestível é alternativa sustentável ao plástico


Você sabia que a vida útil de um canudinho plástico é de aproximadamente 4 minutos, mas que, no entanto, ele leva mais de 400 anos para se decompor na natureza? A solução para este problema é um canudinho comestível. O Sorbos é comestível, biodegradável, reciclável e feito com açúcar, gelatina e amido de milho.

Estudos estimam que, até 2050 os oceanos terão mais plástico do que peixes e isso é muito sério. Precisamos mudar este panorama o quanto antes e transformar nossa forma de consumo e foi pensando nisso que os espanhóis, Víctor Sánchez, Enric Juviña, Michael Baraffé e Carlos Zorzano criaram este canudo, que pode ou não ser aromatizado nos sabores de: limão, lima, morango, canela, maçã verde, chocolate e gengibre e possui apenas 24 calorias.

Sánchez trabalhava como bartender em um restaurante e viu no problema ambiental uma oportunidade de negócio: “Eu trabalhava como bartender e pensei em fazer um produto que oferecesse uma experiência diferente ao consumidor, mas de maneira sustentável”. Apesar da invenção parecer simples, eles levaram mais de um ano para chegar na fórmula ideal, já que o grande desafio era fazer um canudinho que não se desfizesse nas bebidas e também que, não deixasse gosto algum: “Levamos mais de um ano para conseguir uma formulação exata para que o produto cumprisse sua função de canudo, sem alterar o sabor da bebida e nem desmancha”, afirma Víctor Sánchez.



Canudinho comestível premiado

Depois de diversos testes eles finalmente chegaram à fórmula final e hoje o Sorbos é capaz de aguentar até 25 minutos em bebidas frias e geladas, sem derreter. Uma invenção incrível desta pode mudar o futuro da humanidade (sem exagero!), é patenteada por uma startup de Barcelona e já ganhou 2 prêmios na Espanha nas categorias inovação e sustentabilidade.

O canudinho plástico está entre os 10 produtos mais encontrados nas praias e oceanos e apesar de o preço do Sorbos ser um pouco mais caro que o convencional, acredita-se que, esta iniciativa em pouco tempo, estará presente no mundo inteiro, já que, além do mais, atualmente vários países já estão começando a proibir o plástico.


terça-feira, 17 de abril de 2018

Saiba como o Uruguai reduziu a mortalidade infantil a um mínimo histórico em 20 anos

Em 1997, morriam 16,8 de cada 1 mil menores de 1 ano que nasciam vivos no Uruguai. Em 2017, esse número caiu mais de 60%, para 6,6. Um melhor atendimento e coordenação entre os níveis de saúde foram chave para obter esses resultados e salvar vidas.



Na América Latina, a taxa média de mortalidade infantil é de 16 para cada 1 mil, e o Uruguai fica entre os cinco países com os índices mais baixos junto com Canadá, Chile, Cuba e Estados Unidos. Entre 1990 e 2010, os países da região, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e parceiros, reduziram a mortalidade infantil para mais da metade.


A mãe olha para sua filha na incubadora, fala com ela e acaricia suas mãos. Conta que a menina fica feliz quando chega a hora de ir para seus braços. A bebê é prematura. Chegou antes das 39 semanas de gestação, mas está recebendo os cuidados dos quais necessita no Serviço de Recém-Nascidos do Centro Hospitalar Pereira Rossell do Uruguai.

Nesse hospital da Administração dos Serviços de Saúde do Estado, nascem em média 7 mil crianças por ano, e 12% delas requerem cuidados intensivos, intermediários ou mínimos. Os nascimentos nesse centro de saúde representam 16% dos partos do país (em 2017, houve 43 mil). A prematuridade é a primeira causa de mortalidade de crianças menores de 5 anos no mundo, mas o acesso ao atendimento de saúde e a cuidados médicos aumentam em grande medida suas chances de sobrevivência.

Em 2017, a taxa de mortalidade infantil de menores de 1 ano no Uruguai alcançou o mínimo histórico: 6,6 para cada 1 mil nascidos vivos. O número confirma a tendência descendente iniciada há 20 anos, quando esse índice alcançava os 16,8 para cada 1 mil nascidos vivos. “Estar entre o grupo de países com taxas de entre 5 e 7 para cada 1 mil é uma conquista enorme”, afirmou Daniel Borbonet, responsável pelo serviço do recém-nascido nesse centro de saúde.

Na América Latina, a taxa média de mortalidade infantil é de 16 para cada 1 mil, e o Uruguai fica entre os cinco países com os índices mais baixos junto com Canadá, Chile, Cuba e Estados Unidos. Entre 1990 e 2010, os países da região, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e parceiros, reduziram a mortalidade infantil para mais da metade.

O Brasil é uma das nações que têm se destacado por reduzir a mortalidade infantil. A taxa de mortalidade de crianças com menos de um ano foi reduzida em mais de 25% de 2005 a 2015. No entanto, em 2015, mais de 37,5 mil crianças morreram antes de completar seu primeiro aniversário — na maioria das vezes, por causas que poderiam ter sido evitadas e que estão relacionadas sobretudo ao acesso e à baixa qualidade do pré-natal, à assistência ao parto e ao cuidado neonatal.

Uma equipe de saúde comprometida

O trabalho em equipe é essencial, assim como o papel da enfermaria. “Passam tantas vidas por aqui, que é um trabalho muito gratificante”, contou a enfermeira Adriana García, demonstrando sua emoção e paixão por seu emprego. Também é fundamental o acompanhamento e o protagonismo das mães e pais, com quem a equipe de saúde mantém um diálogo fluido e direto.

Para Soledad Núñez, chefe de enfermaria do serviço do recém-nascido, “é gerada uma sinergia entre bebê, pais e cuidadores; quando esta sinergia se torna efetiva, de qualidade, é quando vemos bons resultados”.

“Os pais não têm que ser visitas, mas integrantes da equipe de atenção dessa criança. Não têm que pedir permissão para entrar e sair do CTI (centro de tratamento intensivo). A equipe de saúde que deveria pedir permissão para algum tipo de atenção”, disse Borbonet.

A frase tira um sorriso de Santiago, trabalhador rural de uma região afastada da capital uruguaia e pai de Ámbar, bebê internada no hospital. Ele estava no local acariciando sua pequena e cantando canções de ninar.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Governo do Estado e PNUD lançam “Projeto ODS Piauí”

Foto: Renato Jorge Marcelo.
Para fortalecer o desenvolvimento humano sustentável no Piauí por meio da implementação da Agenda 2030, o Governo do Estado e o PNUD lançam, na próxima terça-feira (17), o “Projeto ODS Piauí”, na cidade de Teresina. A iniciativa envolverá os setores público, privado e a sociedade civil na promoção de diálogos, fortalecimento de políticas e alinhamento de estratégias para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Estado.

Serão promovidas iniciativas para a erradicação da pobreza, o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental, de forma integrada. Serra da Capivara, Cocais e Vale do Itaim serão os primeiros territórios diretamente impactados pelo projeto. Com as experiências nessa regiões, serão replicadas no âmbito estadual as boas práticas para a implementação da Agenda 2030.

O “Projeto ODS Piauí” tem o apoio da ContourGlobal, da Chesf e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Antes da cerimônia de lançamento do “Projeto ODS Piauí”, será inaugurado, às 8h, o Escritório de Projetos do PNUD no Estado, na Secretaria de Planejamneto do Estado (SEPLAN). O escritório fornecerá apoio aos representantes locais de governos, setor privado e sociedade civil para o desenvolvimento de ações e parcerias com foco na implementação de projetos que promovam o o alcance e o cumprimento dos ODS. Na ocasião, será descerrada a placa de inauguração do escritório.

Após a abertura do escritório do PNUD, ocorrerá a cerimônia de lançamento oficial do “Projeto ODS Piauí” no Palácio Karnak, sede do Governo do Estado, com a presença de autoridades do governo estadual, prefeitura de Teresina, Assembleia Lesgislativa do Estado e Tribunal de Justiça.

Agenda 2030 e ODS

A Agenda 2030 foi aprovada em 2015 pelo países-membros das ONU. A Agenda tem o plano de erradicar a pobreza, promover o crescimento econômico e a sustentabilidade do planeta, de forma integrada, até 2030. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são parte da Agenda 2030 e formam um plano de ação para que governos, setor privado, sociedade civil, academia e mídia trabalhem de forma conjunta para garantir a sustentabilidade do planeta.

Serviço

Evento: Lançamento do “Projeto ODS Piauí”

Local: Palácio Karnak, sede do Governo do Estado do Piauí, Av. Antonio Freire, 1450 – Centro, Teresina (PI)

Horário: 10h00 às 12h00

Contato: Guilherme Larsen/PNUD – 61 99660-9309 / 61 3038-9125

 Fonte: http://www.br.undp.org

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Você sabia?! Análise dos Empregados nos Municípios de Santa Catarina em Relação à Sua População


través do número de empregados formais, disponibilizado pela Relação Anual de Informações Sociais – RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e da estimativa de população dos municípios de Santa Catarina, retirada do Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, chegou-se na proporção de trabalhadores por número de habitantes de cada cidade. Os dados utilizados são dos anos de 2012 a 2016 e das cidades que possuíam população maior que trinta mil habitantes no ano de 2016. Frisa-se que nesta pesquisa foram consideradas todas as pessoas da cidade, incluindo crianças, idosos e incapacitados de serviço.

Resultados de Blumenau
O Gráfico 1 apresenta os dados de cinco anos da cidade de Blumenau, referente ao índice empregados por habitantes.


Apesar de Blumenau possuir destaque em relação às outras cidades de Santa Catarina, há indícios de queda na porcentagem da cidade. Segundo o Gráfico 1, no ano de 2012, em Blumenau, havia 42,05% da população empregada e, a partir de 2013, houve queda constante até 2016, onde apenas 37,72% da população estava em prestação de serviços formais.
Maiores Índices de 2016

Embora muitos municípios tenham seus índices reduzidos, alguns deles ainda mantêm bons resultados no quesito empregados por população. Tais informações estão relatadas no Gráfico 2.



 Como mostrado no Gráfico 2, a capital de Santa Catarina, Florianópolis, com 59,23% de empregados, apresenta a maior porcentagem das cidades analisadas. Blumenau está na sétima posição com uma porcentagem de trabalhadores de 37,72%. Considerando que a média das cidades em questão é de 30,17%, conclui-se que Blumenau está com bons resultados para o ano de 2016. 
Menores Índices de 2016

            Algumas cidades do Estado não apresentam resultados muito bons, essas cidades estão em análise no Gráfico 3.


De acordo com os dados do Gráfico 3, muitas cidades estão abaixo da média dos municípios analisados, entre elas destacam-se Camboriú e Laguna com apenas 12,53% e 15,56%, respectivamente. Há a possibilidade de que Camboriú tenha uma porcentagem tão baixa graças à sua cidade vizinha, Balneário Camboriú, que pode ser a responsável por atrair trabalhadores.
Crescimentos

De 2012 para 2016 foram poucas cidades de Santa Catarina que apresentaram crescimento no que se refere ao índice de empregados por população. Apenas sete cidades, das quarenta e seis analisadas, tiveram índices mais altos em 2016 do que em 2012. 

 Conforme apresentado no Gráfico 4, a cidade que obteve maior crescimento de empregados proporcionalmente à sua população foi Concórdia, com um crescimento de 5,70 pontos percentuais. Deve-se relevar o fato de que cidades com muitos habitantes possuem mais dificuldades para aumentar este índice.
Reduções

        Quanto às reduções, a grande maioria das cidades está nesta realidade. As cidades com maiores reduções estão colocadas abaixo no Gráfico 5.


Conforme o Gráfico 5, relatou-se que Rio do Sul, com redução de 7,11 pontos percentuais, foi a cidade analisada com maior redução no índice de 2012 para 2016.

Fonte: http://www.furb.br

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Pesquisa avalia vulnerabilidade socioambiental em Blumenau

O mestrando do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da FURB, Diego dos Santos, decidiu pesquisar a vulnerabilidade socioambiental em Blumenau. 
Os objetivos específicos eram caracterizar o meio físico natural, o perfil socioeconômico e a percepção dos moradores da sub-bacia hidrográfica onde está localizada a EBM Almirante Tamandaré, a fim de identificar o contexto de vulnerabilidade socioambiental da localidade.

A pesquisa permitiu observar e registrar como resultados que a sub-bacia hidrográfica onde está localizada a EBM Almirante Tamandaré é uma localidade de concentração de pobreza. Além disso, verificou-se ser a área, ponto de risco geológico, impróprio para ocupação urbana, pois altamente suscetível a ocorrências de eventos como deslizamentos e enxurradas. É, portanto, social e ambientalmente vulnerável.

Neste sentido, e visando minimizar os efeitos da vulnerabilidade socioambiental sobre determinado grupo, traçou-se como objetivo geral a elaboração de diretrizes para inserção da educação para o ecodesenvolvimento como uma das possíveis estratégias de enfrentamento diante do surgimento de crises.

Por fim, há proposições no sentido de estabelecer algumas diretrizes, com vistas a estimular certas competências, habilidades e atitudes nas pessoas, bem como, sugestões de novos estudos e análises, objetivando aprofundar a pesquisa, garantindo-se, assim, o sempre requerido refinamento de estudos acadêmicos e estratégias de desenvolvimento local.
Todos os resultados da pesquisa que Diego fez para a dissertação serão apresentados no dia 19 de abril.
  
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - Mestrado em Desenvolvimento Regional
Dissertação: “Na Cidade Jardim nem tudo são flores: vulnerabilidade socioambiental e educação para o ecodesenvolvimento”
Mestrando: Diego dos Santos
Orientadora: Cristiane Mansur de Moraes Souza
Defesa: dia 19 de abril (quinta-feira), às 9h30min, na Sala: R-301, Campus 1 da FURB

A defesa é aberta à participação da comunidade.

Cientista defende plantio de árvores nas cidades como medida de saúde pública


E se as cidades conseguissem, com uma só medida, reduzir a obesidade e a depressão, aumentar a produtividade e o bem-estar e diminuir a incidência de asma e doenças cardíacas nos seus habitantes? As árvores urbanas oferecem todos estes benefícios e muito mais: filtram o ar, ajudando a remover as partículas finas emitidas pelos carros e fábricas, retêm a água da chuva e diminuem as despesas com o aquecimento.

Em um novo relatório, elaborado pela organização The Nature Conservancy, os cientistas defendem que as árvores urbanas são uma importante estratégia para a melhoria da saúde pública nas cidades, devendo ser financiadas como tal.

“Há muito tempo que vemos as árvores e os parques como artigos de luxo, contudo, trazer a natureza de volta para as cidades é uma estratégia crítica para se melhorar a saúde pública”, disse Robert McDonald, cientista da The Nature Conservancy e coautor do relatório.


Todos os anos, entre três e quatro milhões de pessoas morrem, em todo o mundo, devido à poluição atmosférica e aos seus impactos na saúde humana. A poluição do ar aumenta o risco de doenças respiratórias crônicas, sendo que há estudos que a associam ainda às doenças cardiovasculares. As ondas de calor nas zonas urbanas também fazem milhares de vítimas todos os anos. Vários estudos têm demonstrado que o arvoredo urbano pode ser uma solução eficaz em termos de custos para ambos estes problemas.

Ligação despercebida

Apesar de todos os estudos que documentam os benefícios dos espaços verdes, muitas cidades ainda não veem a ligação entre a saúde dos moradores e a presença de árvores no ambiente urbano. Robert McDonald defende a necessidade da cooperação entre diferentes departamentos e a inclusão da natureza nos debates sobre ordenamento.

“Não é suficiente falar-se apenas das razões que tornam as árvores tão importantes para a saúde. Temos de começar a discutir as razões sistemáticas que justifiquem ser tão difícil para estes setores interagirem – como o florestal pode começar a cooperar com o de saúde pública e de que modo podemos criar ligações financeiras entre os dois”, exemplificou o investigador.

“A comunicação e a coordenação entre os departamentos de parques, florestas e saúde pública de uma cidade são raras. Quebrar estas barreiras pode revelar novas fontes de financiamento para a plantação e gestão de árvores.”

Plano estratégico

O cientista dá como exemplo a cidade de Toronto, no Canadá, onde o departamento de saúde pública trabalhou em conjunto com o florestal para fazer frente à ilha de calor urbano. Como muitos edifícios de lá não possuem ar-condicionado, os dois departamentos colaboraram de forma a colocarem, estrategicamente, árvores nos bairros onde as pessoas estão particularmente vulneráveis.

O relatório diz ainda que o investimento na plantação de novas árvores – ou até na manutenção das existentes – está perpetuamente subfinanciado, mostrando que as cidades americanas gastam menos, em média, no plantio, do que nas décadas anteriores. Os cientistas estimaram que despender apenas $8 (7€) por pessoa, por ano, em uma cidade dos EUA, poderia cobrir o déficit de financiamento e travar a perda de árvores urbanas e dos seus potenciais benefícios.

Outros trabalhos também têm mostrado que árvores urbanas têm um valor monetário significativo. Segundo um estudo do Serviço Florestal dos EUA, cada $1 gasto na plantação de árvores tem um retorno de cerca de $5,82 em benefícios públicos.


Benefícios econômicos

Em um outro estudo, uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Estudos Ambientais da Universidade do Estado de Nova York concluiu que os benefícios das árvores para as megacidades tinham um valor médio anual de 430 milhões de euros (505 milhões de dólares), o equivalente a um milhão por km2 de árvores. Isto deve-se à prestação de serviços como a redução da poluição atmosférica, dos custos associados ao aquecimento e arrefecimento dos edifícios, das emissões de carbono e a retenção da água da chuva.

Com demasiada frequência, a presença ou ausência de natureza urbana, assim como os seus inúmeros benefícios, é ditada pelo nível de rendimentos de um bairro, o que resulta em desigualdades dramáticas em termos de saúde. De acordo com um estudo da Universidade de Glasgow, na Escócia, a taxa de mortalidade entre os homens de meia idade que moram em zonas desfavorecidas com espaços verdes é inferior em 16% à dos que vivem em zonas desfavorecidas mais urbanizadas.

Para Robert McDonald, a chave é fazer a ligação entre as árvores urbanas e os seus efeitos positivos na saúde mental e física. “Um dos grandes objetivos deste relatório é fazer com que diversos serviços de saúde vejam que deveriam participar na discussão para tornar as cidades mais verdes”, declarou. “As árvores urbanas não podem ser consideradas um luxo, dado que constituem um elemento essencial para uma comunidade saudável e habitável e uma estratégia fundamental para a melhoria da saúde pública.”

terça-feira, 10 de abril de 2018

Coordenação Estadual renova sua liderança


A Coordenação Estadual do Movimento ODS Nós Podemos Santa Catarina acaba de renovar seu time.  As eleições que definiram os novos coordenadores ocorreu no dia 20 de março, no auditório da Eletrosul em Florianópolis, durante a Assembleia Geral Ordinária do Movimento. A nova gestão atuará até 2020, com o propósito de tornar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) uma prática na gestão das organizações e na vida dos catarinenses.

Novos Coordenadores


Quem assumiu a coordenação estadual é Katiane Vieira, do Instituto Nação de Valor. Na foto, a partir da esquerda, Katiane Vieira; os coordenadores de comunicação, Alessandra Cavalheiro (pessoa física); de mobilização, Camile Rebeca Bruns (Unimed Brusque); geral adjunto, Thaynan Mariano (JCI); de projetos e recursos, Clarissa Iser (Projeta Planejamento e Marketing); adjunta de projetos, Andreoara Deschamps Schmidt (Pessoa Física); e Cristiani Jacobus, que representou a coordenadora de mobilização adjunta Giseli Mara Schena (SESC/SC).


“Não acredito em disruptura total. A ideia é dar continuidade as iniciativas da gestão anterior que vinham dando certo, avaliando e melhorando o que precisa ser ajustado”, avalia Katiane.
Katiane aproveitou para conclamar todos os signatários a contribuírem com a nova gestão. “Acredito que juntos somos mais fortes e podemos fazer mais. As metas são desafiadores e temos muito trabalho a ser feito”, completou.

Futuro do Movimento

Que futuro queremos para o Movimento? A Assembleia Geral debateu sobre o desenvolvimento institucional do Movimento, levantando as seguintes questões: seguiremos parte do Movimento Nacional ODS Nós Podemos Brasil, ou seremos independentes? Mudaremos nosso nome para Movimento ODS SC, a fim de reforçar nossa posição apartidária? A discussão não encerrou na assembleia realizada no dia 20 de abril, e um novo encontro para tratar especificamente desses assuntos deve ser realizado em breve. Os  signatários foram convidados a refletir e debater sobre os temas em reuniões dos comitês locais.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Seminário: “Evolução de Sistemas de Meio Ambiente: reflexos e desafios em políticas, planejamento e gestão”

O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR/FURB) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), realizará no dia 24 de abril, o seminário “Evolução de Sistemas de Meio Ambiente: reflexos e desafios em políticas, planejamento e gestão”.

O evento terá início às 14h00min., na sala R-301 (PPGDR/FURB) e será ministrado pelo Professor Titular da USP, Doutor Arlindo Philippi Junior, membro titular do Conselho Diretor do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e do Conselho Deliberativo do Núcleo de Pesquisa em Mudanças Climáticas da USP (Incline).

Arlindo Philippi Junior possui Doutorado em Saúde Pública (USP), Pós-Doutorado em Estudos Urbanos e Regionais (MIT/EUA) e Livre Docência em Política e Gestão Ambiental (USP). É Professor Titular da Universidade de São Paulo. Na USP foi presidente da Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Saúde Pública, Prefeito da Prefeitura do Campus da Capital (PUSP-C), Pró-Reitor e Pró-Reitor adjunto de Pós-Graduação. 


Fonte: http://nppfurb.blogspot.com.br

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Universalização do saneamento está lenta demais na maior parte dos países


Rascunho do relatório de monitoramento global da ONU para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6, que prevê assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos até 2030, mostrou que a cobertura básica de saneamento está piorando em 20 países. O documento indicou que o progresso para a universalização do serviço está lenta demais em 89 nações e somente 14 países estão no caminho de atingir a cobertura universal nos próximos 12 anos.

A prévia do documento foi divulgada durante o Fórum Mundial da Água, que ocorre até esta sexta-feira (23) em Brasília (DF).

Mais de 2 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a serviços básicos de saneamento no mundo. Desse total, sete em cada dez vivem em áreas rurais. Mais de 890 milhões de pessoas defecam ao ar livre.

Os números constam no rascunho do relatório de monitoramento global da ONU para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6, que prevê assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos até 2030.

O rascunho foi divulgado durante o Fórum Mundial da Água, que ocorre até esta sexta-feira (23) em Brasília (DF), pelo diretor do Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP, na sigla em inglês) da UNESCO, Stefan Uhlenbrook.

O relatório de monitoramento completo será publicado durante fórum político de alto nível a ser realizado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, de 9 a 18 de julho.

Segundo Uhlenbrook, o documento tem como objetivo fornecer dados para embasar as políticas públicas dos países em água e saneamento. “A intenção é estabelecer um retrato abrangente e discutir formas de atingir esse objetivo de forma mais acelerada”, declarou.

De acordo com o levantamento, 68% da população mundial tem acesso a saneamento — sendo 39% a serviços de saneamento seguros e 29% a serviços básicos. Por outro lado, 8% só têm acesso a serviços limitados, 12% a serviços precários e 12% defecam ao ar livre.

O relatório também traz dados desagregados por região. De acordo com o relatório, apenas 22% da população da América Latina e do Caribe tem acesso a serviços de saneamento seguros, 63% a serviços básicos e 15% a serviços limitados, precários ou defecam ao ar livre.

Como base de comparação, no caso da América do Norte e da Europa, 78% da população têm acesso a serviços de saneamento e esgotamento sanitário seguro, 19% a serviços básicos e apenas 3% a serviços limitados, precários ou defecam ao ar livre.

O documento mostra ainda que a cobertura básica de saneamento está piorando em 20 países, enquanto o progresso para a universalização do serviço até 2030 está lenta demais em 89 nações. Somente 14 países estão no caminho de atingir a cobertura universal de saneamento nos próximos 12 anos.

Entre 2000 e 2015, a população global que utiliza ao menos um serviço básico de saneamento aumentou de 59% para 68%. Contudo, o documento aponta que um progresso mais rápido é necessário para acabar com a defecação ao ar livre até 2030, especialmente nas áreas rurais.

Quanto ao fornecimento de água, 71% da população mundial tem acesso à água segura, ou seja, disponível quando necessário e livre de contaminações. Outros 17% têm acesso a serviços básicos e 12% a serviços limitados, precários ou somente à água de superfície.

No caso da América Latina e do Caribe, 65% da população tem acesso a serviços seguros de fornecimento de água, 31% a serviços básicos e 4% só têm acesso a serviços limitados, precários ou à água de superfície. No caso da América do Norte e Europa, o índice de acesso à água segura é de 94%.

Entre 2000 e 2015, a população global que usa ao menos um serviço básico de fornecimento de água potável aumentou de 81% a 89%. No entanto, o relatório afirma que a cobertura básica está se reduzindo em 10 países; o progresso para atingir a cobertura universal está muito devagar em 68 países; e somente 15 países estão no caminho de atingir o acesso universal ao fornecimento de água em 2030.

“Atingir o ODS 6 é essencial para atingir toda a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, disse Uhlenbrook.

O diretor do Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP, na sigla em inglês) da UNESCO, Stefan Uhlenbrook, durante o Fórum Mundial da Água em Brasília (DF). Foto: UNIC Rio/Pedro Andrade