sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Como construir um sistema de irrigação caseiro e de baixo custo


Um sistema de irrigação caseiro e de baixo custo transformou áreas que antes eram improdutivas pela falta de água em pequenas plantações ricas em hortaliças, legumes e verduras, no município de Iguatu, Ceará.

O sistema foi desenvolvido pelo técnico em agronomia Kevin Brasil e acabou virando um projeto, batizado de Mudas. O bacana é que você pode replicar a tecnologia seguindo o passo a passo a seguir. As informações são do Globo Rural.

Para a irrigação, você vai precisar de uma mangueira de polietileno de 16mmm, prego cabral, palito de pirulito e arame de 16mm.

Primeiro, faça pequenos furos a cada 20 ou 25 cm na mangueira, onde depois serão encaixados os microaspersores artesanais. O microaspersor é feito com os palitos de pirulito, pregos e arames (imagem abaixo) e funciona como pulverizador, ou seja, ao chegar na cabeça do prego, a água de dispersa em gotículas.

Usando um alicate, enrole a extremidade do arame 3 x no palito de pirulito, apertando bem. Então, dobre o arame no formato da letra “C”, de modo que a outra extremidade fique voltada para a ponta do palito de pirulito.

Continue enrolando a extremidade do arame no prego, apertando bem com 4 voltas. A cabeça do prego deve ficar voltada para baixo. Corte o excedente do prego e ajuste o aspersor, deixando um espaço entre a cabeça do prego e a ponta do palito de pirulito – cuidado para não se machucar. Coloque o microaspersor nos furos da mangueira.

Sensor de umidade
Com uma vela porosa, uma mangueira de silicone e uma cubeta, você vai montar o sensor de umidade, que indica o momento certo de irrigar a plantação, evitando o desperdício de água. São dois sensores na verdade que atuam juntos: um a 10 e outro a 20 centímetros de profundidade, separados por uma distância de 5 centímetros. Avela porosa funciona como um sensor de umidade, e deve ficar enterrada.

Primeiro passo: adapte a mangueira na vela e na cubeta. No canteiro que será irrigado, cave 2 buracos – um com 20 cm e outro com 10 cm de profundidade – a uma distância de 5 cm entre os dois.

Em seguida, enterre a vela e mantenha a cubeta para a parte de fora – você pode usar um pedaço de madeira para apoiar a cubeta (imagem abaixo).



Feita a instalação, coloque a cubeta dentro de um copo de água cheio. Se a água começar a subir pela mangueira, é necessário irrigar.

Uma área produtiva de até 80 m² recebe 2 sensores, um de cada profundidade.

(Via Razões Pra Acreditar, com informações do Globo Rural)

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

[ARTIGO] Assertividade: o que é e como adotá-la

Por Juan O’Keeffe*

Você tem dificuldade de comunicação com as pessoas? Possivelmente seja porque você não esteja conseguindo se expor assertivamente. Essa é uma habilidade de comunicação bastante útil.

Assertividade é comunicação clara e objetiva com firmeza e segurança. Uma pessoa assertiva é efetiva em comunicar o que quer dizer. Sem rodeios. Sem titubear. Demonstra confiança e clareza na comunicação.

A comunicação assertiva é o meio entre a comunicação passiva e a agressiva.

Comunicação Passiva
As pessoas muitas vezes adotam um comportamento passivo. Aceitam o que lhe é apresentado mesmo quando tem alguma coisa incomodando.

Isso acontece por diferentes motivos. Pode ser por medo de ter sua ideia desaprovada ou virar motivo de risada, por exemplo. Em outros casos simplesmente para evitar o conflito.

O problema de adotar esse estilo de comunicação é que você acaba sofrendo por não se impor e se expressar. O que importa para você acaba sempre sendo deixado para trás. Pense que comportamento “passivo” é de “passar”, ou seja, simplesmente deixar que alguém passe por você.

Comunicação Agressiva
No outro extremo, existem os momentos em que se faz uso de comunicação agressiva.

Esse tipo de comunicação apresenta características como ser acusatória em relação a outra parte julgando e apontando erros. Pode até mesmo ser interpretada como ofensiva.

Às vezes, pode estar carregada emocionalmente de sentimentos como raiva, por exemplo.

O problema desse tipo de comunicação é que faz o outro lado tomar uma atitude defensiva até contra-atacando e isso pode acabar fechando o canal de comunicação.

Comunicação Assertiva
No meio das duas está a comunicação assertiva. Uma opção bem mais interessante pois permite você se expressar e ser ouvido ao mesmo tempo que mantém um bom diálogo com a outra parte. A comunicação assertiva é o balanço entre a comunicação passiva e a agressiva.

Não é aceitar passivamente o que lhe impuserem e tampouco tentar impor a sua vontade autoritariamente. É colocar a sua visão a respeito do tema de forma calma, clara e objetiva e ao mesmo tempo ouvir e respeitar a posição do outro lado. É favorecer o diálogo.

A assertividade é uma forma de comunicação elegante que torna as pessoas mais abertas a ouvir o que você tem a dizer. Ser assertivo também significa não ter medo de se posicionar. Dizer o que você pensa em vez de “Eu não sei” ou “Você decide”.

Os gestos e o tom de voz também têm relevância. Devem auxiliar na sua expressão demonstrando uma comunicação não agressiva. Você não quer ficar levantando a voz e gesticulando de maneira a parecer uma pessoa hostil que quer impor sua opinião a qualquer custo. Mas tampouco quer se apresentar timidamente a ponto de ser ignorado.

Comportamento assertivo significa adotar um gestual adequado que colabore na sua auto-expressão e um tom de voz que seja suficientemente alto para ser bem ouvido e, ao mesmo tempo, tranquilo, relaxado e seguro.

Exemplos de assertividade
– Seu filho pede para sair para jogar bola. Você diz com calma e clareza, olhando nos olhos dele “Você pode ir jogar bola, mas primeiro vai terminar o tema da escola”.

– Você lidera uma equipe de trabalho em que alguns membros divergem sobre como lidar com um determinado tema. Você diz: “Eu ouvi a opinião de todos. Refleti e tomei a decisão de que faremos isto.”

– Responder uma pergunta do tipo “Sim ou Não” com um “Sim” ou com um “Não” sem criar rodeios com explicações longas e prolixas que não chegam a lugar algum e só trazem confusão.

Uma atitude assertiva envolve também defender os seus direitos e interesses. Conseguir expressar seus desejos e sentimentos de forma apropriada.

Frases que tenham “Eu”, como “Eu quero”, “Eu preciso”, “Eu sinto” fazem parte de um estilo de comunicação assertivo quando usadas não de forma arrogante, mas como um recurso para apresentar claramente as suas opiniões, vontades e sentimentos. Por exemplo:

– “Eu preciso que você me ajude nisto para que possamos concluir esse trabalho ainda hoje.”

– “Quando você chega atrasado, eu sinto que o meu tempo não está sendo respeitado.”

– Alguém mexeu nas suas coisas e você diz com clareza “Eu não gostei de você ter mexido nas minhas coisas”.

– Alguém pergunta pra você “O que vamos comer hoje?”, em vez de titubear você expressa a sua vontade “Hoje eu quero comer pizza”.

Comunicação assertiva também apoia-se em fatos para demonstrar o seu ponto. Por exemplo:

– “Não me sinto à vontade na sua carona pois você gosta de andar em alta velocidade.”

– Em vez de agressivamente falar “Você não está fazendo as suas tarefas direito”, assertividade no trabalho seria dizer “A sua tarefa está incompleta pois faltam os itens a, b e c que deveriam estar presentes”. O foco passa a ser menos na pessoa e mais nos fatos.

Assertividade na comunicação também significa saber dizer Não quando necessário. Claro, de maneira educada, mas clara.

– “Infelizmente não poderei acompanhá-lo esse dia. Tenho um compromisso importante que preciso comparecer.”

Principais benefícios da assertividade
• Comunica melhor o seu recado
• Aumenta sua auto-confiança
• Ajuda você a ser ouvido
• Ajuda a gerenciar as situações de forma mais controlada
• Contribui para você conquistar respeito
• Cria proximidade com pessoas que pensam de forma semelhante
• Reduz o stress ao possibilitar expressar seus pensamentos, desejos e sentimentos

*Empreendedor, responsável pelo site Evolução Pessoal.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

600 milhões de crianças não têm água para beber e serviços sanitários na escola

Informação faz parte de novo relatório de duas agências da ONU, publicado esta segunda-feira; mais de um terço de todas as escolas no mundo não tem serviços de higiene que permitam às crianças lavar as mãos.


Cerca de 600 milhões de crianças não tinham água para beber e serviços sanitários em suas escolas em 2016, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e a Organização Mundial da Saúde, OMS.

Esta segunda-feira, as agências publicaram um relatório destacando que quando as crianças têm acesso a água, instalações sanitárias e sabão para lavar as mãos, também têm um melhor ambiente para estudar, aprender e atingir o seu potencial.

IMPORTÂNCIA

A pesquisa, que é divulgada pela primeira vez este ano, pretende avaliar o progresso para cumprir o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 6, sobre higiene, e o número 4, sobre educação.

Em nota, a chefe de Água, Serviços Sanitários e Saúde de Crianças do Unicef, Kelly Ann Naylor, disse que “se a educação é a chave para as crianças escaparem da pobreza, o acesso à água e aos serviços sanitários é a chave para melhorar a sua educação. ”

Para ela, ignorar esta realidade é ser negligente. Ela explicou, no entanto, que “conseguir fundos para estes serviços básicos nas escolas é uma batalha contra a corrente. ”

ÁGUA

Em todo o mundo, 69% das escolas têm serviços de água potável e 66% oferecem saneamento básico. Uma em cada quatro escolas primárias não tem este recurso e esse número cai para uma em seis no nível do ensino secundário.

A situação é pior na Oceania, onde menos da metade dos estabelecimentos cumpre este requisito, e na Ásia Central e do Sul.

Um quinto das escolas primárias não têm saneamento básico, assim como em uma em cada oito escolas secundárias. Os piores casos estão na África Subsaariana e Oceania, onde um terço das escolas não tem serviço de saneamento. Nos países com dados disponíveis, menos metade das escolas têm banheiros acessíveis para alunos com mobilidade limitada.

HIGIENE

Mais de um terço das escolas em todo o mundo e metade nos países menos desenvolvidos não têm serviços de higiene onde crianças podem lavar as mãos, atingindo quase 900 milhões de crianças. A mesma proporção de escolas primárias não tem esse recurso e o mesmo se passa em mais de um quarto das escolas secundárias.

O Unicef tem programas que combatem este problema em mais de 90 países, chegando a cerca de 3 milhões de crianças por ano.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

A perspectiva social de moradores atingidos pela Hidrelétrica Baixo Iguaçu/PR

Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional

A  Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional [RBDR], de periodicidade quadrimestral, passou a ser editada a partir do outono de 2013 pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional [PPGDR], da Universidade Regional de Blumenau [FURB].


Confira um dos artigos:


A perspectiva social de moradores atingidos pela Hidrelétrica Baixo Iguaçu/PR
Francine Herpich, Norma Kiyota

Resumo

Este artigo resulta de estudo que procurou compreender a perspectiva social dos moradores atingidos pela Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu com base nas teorias de Young (2000, 2006) e Hannigan (1995). O estudo de campo foi levado a efeito com moradores atingidos dos municípios paranaenses de Capitão Leônidas Marques, Capanema, Nova Prata do Iguaçu, Realeza e Planalto. A metodologia utilizada incluiu análise documental e análise de conteúdo de entrevistas semiestruturadas, aplicadas junto aos moradores e às lideranças das organizações que atuam na região. Pode-se concluir que a perspectiva social dos atingidos é construída a partir de sentimentos de ansiedade e insegurança, na medida em que eles percebem desvantagens como prejuízos econômicos, psicológicos e sociais, principalmente, devido ao tempo de espera para a resolução dos conflitos e a conclusão do processo de implantação da hidrelétrica.


Palavras-chave

Moradores atingidos; perspectiva social; Paraná; Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu.

Texto completo:

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Guia ensina a criar hortas urbanas e escolares em Salvador


O tutorial ensina como cultivar 46 vegetais, entre hortaliças e frutas, e dá dicas da época
 ideal para se plantar em Salvador
Foto: Divulgação
A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria da Cidade Sustentável e Inovação, lançou na sexta-feira, 17 de agosto, o Guia para a Implantação e Gestão de Horas Urbanas e Escolares, uma cartilha digital que ensina como criar e cuidar de uma horta. Baixe aqui.

O guia traz uma espécie de passo a passo para quem quer manter uma horta. A linguagem é simples e usa imagens de apoio para explicar melhor. Há também dicas dos cuidados que se deve ter para escolher o local, com a drenagem do terreno, dimensões dos canteiros, condições do solo e mais.

O tutorial ensina como cultivar 46 vegetais, entre hortaliças e frutas, e dá dicas da época ideal para se plantar em Salvador. Também traz um fichário com ilustração para consulta rápida das características de 30 hortaliças.

A Prefeitura tem apoiado iniciativas de cidadãos que querem ocupar áreas de modo sustentável. Em 2016, Salvador ganhou sua primeira horta em espaço público. Atualmente, já são 13 hortas distribuídas pela cidade, sendo nove urbanas e quatro em escolas do município.

Recebimento dos pedidos

A participação da Prefeitura envolve o recebimento dos pedidos de implantação das hortas (através do telefone 3611-3802), a avaliação técnicas da área onde os futuros canteiros serão instalados e reuniões com moradores para apresentação do projeto. Além disso, limpeza e roçagem do terreno, suporte para estruturação das leiras e doações das primeiras mudas também fazem parte da assistência dada pelo poder municipal.

De acordo com André Fraga, secretário da Secis, toda semana há pedidos para a criação de horta em algum bairro de Salvador. “Já temos cerca de 85 solicitações para serem avaliadas. Nem todas, infelizmente, são possíveis de serem atendidas por diversos motivos, seja técnico ou por falta de engajamento dos próprios moradores que fizeram a solicitação”. Para conhecer mais projetos da área, acesse http://ssamataatlantica.com/.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Mortalidade materna cresce no Brasil


Em 2000, o Brasil foi um dos países que pactuou sua participação nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) junto à Organização das Nações Unidas (ONU). Eram 8 objetivos, com 24 metas a serem cumpridas até 2015. Uma das metas, era reduzir a 75% a mortalidade materna.

Essa meta não foi alcançada, apesar dos avanços conquistados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 1990 e 2015, as mortes foram reduzidas de 143 para 60 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, o que representou redução de 58%. Entretanto, o número volta a subir, em 2016, distanciando o país da meta estipulada pela ONU – máximo de 35 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos, até 2015.

A mortalidade materna é todo óbito causado ou relacionado à gestação (durante a gravidez, no parto, ou até em 42 dias após o parto). Segundo o Ministério da Saúde, em sua maioria, as mortes são geradas por hipertensão, infecções, hemorragias ou abortos forçados.

Segundo a OMS, cerca de 92% dos óbitos maternos são evitáveis:

  • Ao não reconhecer sintomas que podem ser graves e, consequentemente, ocorre a demora para procurar atendimento médico;

  • Falta de qualidade de clínicas e atendimentos médicos, além do excesso de espera por atendimento em lugares especializados;

  • Além disso, pode se agravar um problema durante a gestação, ou até mesmo surgir outros problemas de saúde em decorrência da gestação, portanto, é necessário ter um pré-natal adequado e estar atenta a qualquer sintoma.

O Ministério da Saúde oferece cursos e projetos para qualificar o atendimento de funcionários do setor como uma boa prática e contribuição na redução desse indicador.

Confira a apresentação completa

Em 2015, novos objetivos foram propostos para serem atingidos até 2030, nomeados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A nova meta brasileira relacionada à mortalidade materna é: 30 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos, até o ano de 2030.

Acesse o indicador demográfico feminino da sua localidade no portal Empoderamento das Mulheres – Trabalho e Valorização

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Estrutura agrária e agricultura familiar em Santa Catarina

Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional

A  Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional [RBDR], de periodicidade quadrimestral, passou a ser editada a partir do outono de 2013 pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional [PPGDR], da Universidade Regional de Blumenau [FURB].



Confira um dos artigos:


Estrutura agrária e agricultura familiar em Santa Catarina
Alcione Talaska

Resumo

Considerando as modificações realizadas no arcabouço conceitual de interpretação da realidade agrária brasileira nas últimas décadas, este artigo revela a supressão e a inclusão normativa de conceitos importantes para a interpretação da estrutura agrária e fundiária do país. O debate centra-se em torno da categoria latifúndio, que, segundo o Estatuto da Terra de 1964, deveria ter sido extinto gradualmente do território brasileiro. Fato que acabou acontecendo, eficientemente, no texto das leis, cunhadas por interesses de classe, mas, que, comprovadamente, se mostram persistentes na realidade agrária brasileira e, inclusive, na realidade do estado de Santa Catarina, onde se apresenta de forma concomitante com a agricultura familiar e, principalmente, com a agricultura não familiar. Este artigo apresenta, além de pressupostos teóricos para a permanência dos latifúndios, evidências que permitem a sua identificação na realidade agrária brasileira à luz da sua definição originária de 1964.


Palavras-chave

Agricultura familiar; Brasil; estrutura agrária; latifúndios; Santa Catarina.

Texto completo:
PDF/A

Fonte: http://proxy.furb.br

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

[SIGAD] Você sabia?! Evolução na Quantidade de Microempreendedores Individuais

Através das informações disponibilizadas pelo Portal do Empreendedor, este informativo tem como objetivo apresentar os principais dados relacionados ao Microempreendedores Individual (MEI), principalmente de Blumenau. Os dados utilizados são de 2010 a 2018, e deve-se destacar que foram selecionados a partir do primeiro dia de janeiro no qual estavam disponibilizados, ou seja, de 2010 a 2014 foi selecionado o dia 01/01, de 2015 foi selecionado o dia 03/01, de 2016 o dia 02/01, e de 2017 e 2018 o dia 07/01. Nos gráficos abaixo os dados serão referidos apenas como janeiro do correspondente ano, para facilitar a compreensão.


Observando o Gráfico 1, pode-se afirmar que a quantidade de microempreendedores individuais, no Brasil, apresentou um crescimento extremamente elevado, passando de 45.440 em 2010 para 7.746.759 em 2018, um crescimento de 16.948%.
O Gráfico 2 apresenta a evolução das MEIs no mesmo período em Santa Catarina.


A partir do Gráfico 2, pode-se perceber que, em relação aos MEIs de Santa Catarina, estes passaram de 1.706 em 2010 para 289.720 em 2018, com um crescimento de 16.882%.
O Gráfico 3 apresenta essa mesma evolução para o município de Blumenau.


Já em Blumenau, conforme o Gráfico 3, a variação dos MEI foi de 17.021%, maior do que no Brasil e em Santa Catarina, passando de 82 em 2010 para 14.040 em 2018.
Por fim, o Gráfico 4 mostra uma evolução deste período para o  Brasil, Santa Catarina, Blumenau (SC), Joinville (SC) e Florianópolis (SC), tomando por base o ano de 2010 igual a 100, para comparar as mencionadas localidades.


Conforme o Gráfico 4, é possível constatar que o aumento dos MEIs foi semelhante nos locais selecionados, com exceção de Joinville, cuja evolução agregada no período (30.544%) apresentou um resultado quase duas vezes maior que em Santa Catarina (16.882%).


Referências Bibliográficas:

PORTAL DO EMPREENDEDOR. MEI, Estatísticas. 2018. Disponível em: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/estatisticasAcesso em 31 jul. 2018

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Série de reportagens mostra as 17 metas da ONU para desenvolvimento sustentável do planeta



Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), assinados por vários países, incluindo o Brasil, foram criados para garantir mais igualdade social e de gênero, preservação da natureza, economia justa, entre outros assuntos.

omo atender as necessidades do presente sem comprometer o mundo onde vão viver nossos filhos e netos? Na série especial de reportagens sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma iniciativa da ONU, a Organização das Nações Unidas, conheça as metas para virar o jogo e fazer deste mundo um lugar melhor de viver.

São grandes metas, assinadas por vários países, incluindo o Brasil, para garantir mais igualdade social e de gênero, preservação da natureza, economia justa, entre outros assuntos. Veja como o Brasil está se organizando para cumprir as 17 metas.

EDUCAÇÃO

Investir em educação é fundamental para o desenvolvimento das nações
A educação é o quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): “assegurar educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Essa é a meta a ser alcançada. O Brasil ainda tem um longo caminho, principalmente, quando se trata da qualidade neste setor.

A educação, mesmo nas discussões mais polarizadas e divergentes, é senso comum: investir neste setor é urgente e saudável para a economia dos países e para o desenvolvimento das nações.

SOCIEDADE CIVIL

Cento e noventa e três países assinaram o compromisso da ONU para tomar novos caminhos e melhorar a vida das pessoas no mundo. Essas metas têm como objetivo acabar com a pobreza, promover o bem-estar e a educação e proteger o meio ambiente. A terceira reportagem da série especial foi atrás dessas pessoas, capazes de mudar hábitos e transformar o ambiente em que vivem.

Veja os vídeos das reportagens aqui.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Chile torna-se o primeiro país da América Latina a proibir sacolas plásticas

A iniciativa pretende eliminar o uso de sacolas plásticas nos próximos dois anos
Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas
O Chile se tornou o primeiro país da América Latina a proibir completamente o uso de sacolas plásticas em todos os departamentos comerciais de seu território, segundo informações da agência de notícias Ansa. O presidente chileno, Sebastián Piñera, reeleito em março deste ano, foi pessoalmente a Santiago para celebrar a publicação da lei no Diário Oficial da última sexta-feira, 3 de agosto.

Na capital do país, o mandatário distribuiu bolsas de pano pelas calçadas. "O nosso objetivo é passar gradualmente da cultura 'usa e descarta' àquela saudável dos materiais recicláveis e da economia circular", comentou.

A lei proíbe os estabelecimentos comerciais de entregarem sacolas plásticas, exceto em casos cuja embalagem seja necessária para higiene ou para evitar o desperdício de alimentos. A legislação estabelece multa de U$ 370 por cada sacola plástica entregue, e vale em todo o território chileno.

A iniciativa pretende eliminar o uso de sacolas plásticas nos próximos dois anos. "O Chile é um dos primeiros no mundo a dizer 'tchau!' para as sacolas plásticas. Acredito que isso seja bom para o Chile, para a América Latina e para o mundo", adicionou Piñera.

A medida, que já tinha sido aprovada em maio pelo Congresso, estabeleceu que, a partir de agora, as empresas têm seis meses para eliminar as sacolas plásticas, enquanto o comércio de pequeno porte tem dois anos para se adaptar às novas normas.


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Brasil teve quase 64 mil óbitos por morte violenta em 2017


O 12º Anuário de Segurança Pública foi divulgado, nesta quarta-feira (10), pelo Fórum de Segurança Pública. O documento mostra que ocorreram quase 64 mil óbitos por morte violenta, em 2017, o equivalente à 175 mortes ao dia. A taxa de homicídios era de 30,8 mortes a cada 100 mil habitantes. Entre 2016 e 2017, a taxa aumentou 2,9%.

Os três estados que apresentaram as maiores taxas de mortes violentas foram: Rio Grande do Norte, com 68,0 óbitos a cada 100 mil habitantes; Acre, com 63,9; e Ceará, com 59,1.

As menores taxas foram registradas nos seguintes estados: São Paulo (10,7); Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal (18,2).



Em 2017, quase 56 mil homicídios dolosos aconteceram (quando há a intenção de matar), revelando um aumento 2,1% de 2016 para 2017. Já as lesões corporais seguidas de morte, tiveram um aumento maior que 12% no mesmo período.

O Anuário mostra que, em 2017, foram investidos R$ 84,7 milhões em segurança pública. Atualmente, o país gasta pouco mais que R$ 408 por cidadão.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Formação socioeconômica de Blumenau: uma análise sob múltiplas escalas

Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional

A  Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional [RBDR], de periodicidade quadrimestral, passou a ser editada a partir do outono de 2013 pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional [PPGDR], da Universidade Regional de Blumenau [FURB].

  

Confira um dos artigos:


Formação socioeconômica de Blumenau: uma análise sob múltiplas escalas
Vanessa Follmann Jurgenfeld

Resumo

O objetivo deste artigo é, a partir de uma análise sob múltiplas escalas, discutir a formação socioeconômica de Blumenau. No marco teórico das múltiplas escalas, uma realidade social é estudada a partir de diferentes determinantes históricos, percorrendo desde a escala global até a escala local, evitando pesos excessivos a uma endogenia local, muito presente em análises regionais neoclássicas. Trata-se aqui de entender a formação socioeconômica de Blumenau não somente a partir do que ocorre no restrito espaço de Blumenau, mas também nas suas relações com o Estado de Santa Catarina, com o Brasil, com a Alemanha e com o capitalismo global. O período histórico compreendido por este artigo vai de 1850, quando se inicia a colonização de Blumenau, até 1945, quando há uma consolidação do setor industrial na localidade.


Palavras-chave

Blumenau; formação socioeconômica; múltiplas escalas.

Texto completo:

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Doenças crônicas são responsáveis por 63% de todas as mortes no mundo, diz OPAS

Em congresso de gestores e especialistas da América Latina, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) afirmou nesta sexta-feira (3), no Rio Grande do Sul, que as doenças crônicas matam 36 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Número de falecimentos equivale a 63% de todas as mortes registradas anualmente. As mais fatais dessas enfermidades são as doenças cardiovasculares e o acidente vascular cerebral (AVC).

Médico tira a pressão de paciente. Foto: PEXELS
“Se reduzirmos a mortalidade por doença cardíaca isquêmica e acidente vascular cerebral em 10%, reduziremos as perdas econômicas em ao menos 25 bilhões de dólares por ano, o que é três vezes maior que o investimento necessário para medidas de prevenção e controle”, disse a coordenadora de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS no Brasil, Katia Campos.

A especialista representou a agência regional da ONU no XXI Congresso Ibero-americano de Doenças Cerebrovasculares e no Encontro Ministerial Latino-americano de AVC. Evento reúne pesquisadores, clínicos e decisores políticos até sábado na cidade gaúcha de Gramado.

“As doenças crônicas são de longe a principal causa de morte no mundo, representando 63% de todas as mortes anuais. Essas enfermidades, principalmente o câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas, tiram a vida de 36 milhões de pessoas a cada ano”, acrescentou Katia.

As doenças cardiovasculares e o AVC foram responsáveis por tirar a vida de 17,7 milhões de pessoas no mundo — o que representa 31% de todas as mortes em nível global.

Os principais fatores de risco para essas patologias são dietas inadequadas, sedentarismo, uso de tabaco e consumo nocivo de álcool. As consequências desses tipos de comportamento podem se manifestar em indivíduos por meio de pressão arterial elevada, glicemia alta, hiperlipidemia, sobrepeso e obesidade.

A OPAS aponta uma série de medidas que têm se mostrado eficazes na redução do risco de doenças crônicas. Ações de prevenção incluem a interrupção do tabagismo, a diminuição do sal na dieta, o consumo de frutas e vegetais, a prática de atividades físicas regulares e o uso não nocivo do álcool. O tratamento medicamentoso da diabetes, hipertensão e hiperlipidemia também podem ser intervenções necessárias para diminuir riscos cardiovasculares e evitar ataques cardíacos e AVCs.

Fonte: https://nacoesunidas.org

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Desenvolvimento e acidentes de trabalho no meio rural de Santa Catarina

Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional

A  Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional [RBDR], de periodicidade quadrimestral, passou a ser editada a partir do outono de 2013 pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional [PPGDR], da Universidade Regional de Blumenau [FURB].


Confira um dos artigos:


Desenvolvimento e acidentes de trabalho no meio rural de Santa Catarina
Sergio Begnini, Lirane Eliza Defante Ferreto Almeida

Resumo

O objetivo deste estudo foi calcular a correlação entre o grau de desenvolvimento rural e o número de acidentes em trabalho rural nas microrregiões de Chapecó, Concórdia e Xanxerê, no estado de Santa Catarina, no período de 2008 a 2013. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem quantitativa, e natureza aplicada. Para cada município, por meio da análise fatorial, elaborou-se o grau de desenvolvimento rural e, através da média aritmética simples, foi calculada a média de acidentes rurais. Com os dados dessas duas variáveis, por meio do coeficiente linear de Pearson, calculou-se a correlação. O coeficiente de Pearson foi de 0,286, podendo inferir-se que há correlação positiva baixa. Entende-se que a ocorrência de acidentes de trabalho influencia negativamente o desenvolvimento, havendo a necessidade de melhorar as condições de trabalho no meio rural.

Palavras-chave

Acidentes de trabalho; correlação; desenvolvimento rural; meio rural; Santa Catarina.

Texto completo:
PDF/A

Fonte: http://proxy.furb.br

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Brasil vai na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mostra relatório


Relatório produzido por um grupo de trabalho que reúne 38 entidades da sociedade civil analisa como o Brasil está situado em relação a cada um dos 17 ODS. O quadro é preocupante. Seguem abaixo informações divulgadas pela Artigo 19, uma das organizações participantes do GT

Nesta quarta, 11 de julho, o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GTSC A2030), composto por 38 entidades, lança o Relatório Luz da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável – Síntese II. Elaborada pelas entidades que compõem o GT e por organizações e especialistas convidados, a publicação analisa, a partir de dados oficiais, a situação do Brasil à luz de 121 das 169 metas que compõem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Cada um dos 17 ODS é tema de um capítulo no relatório, que traz recomendações específicas.


Adotados em 2015 pelos 193 Estados-membros da ONU, os ODS abarcam metas de caráter social, econômico e ambiental, agregadas em 17 objetivos, a serem cumpridas por todos seus signatários até 2030. O conjunto desses objetivos é chamado de “Agenda 2030”.

Assim como na primeira versão do relatório, lançado no ano passado, o GTSC A2030 demonstra preocupação com o cenário brasileiro.

O relatório conclui que “os orçamentos de políticas e programas importantes para a sociedade e para o meio ambiente estão menores ou zerados”. Lembra também que “os abismos sociais entre ricos e pobres se aprofundam”, enquanto “consolida-se a exclusão histórica baseada em raças, etnias, identidade de gênero e orientação sexual.”

No ODS 5 (Igualdade de Gênero), o relatório traz uma série de estatísticas que demonstram que a situação da vida das mulheres no Brasil nos últimos anos ainda está longe do ideal. Entre elas, está o dado de que as brasileiras recebem 76,5% dos rendimentos dos homens e ocupam apenas 36,8% dos cargos públicos. Além disso, em fevereiro de 2017, uma em cada três brasileiras relatou ter sido vítima de violência nos últimos 12 meses.

Outro ponto importante que diz respeito ao ODS 5 é que ainda não foram criados indicadores que possibilitem mensurar a aplicação das metas contidas no objetivo. Por isso, a publicação recomenda a implementação de políticas baseadas na “coleta, publicação e divulgação proativa de dados sobre a situação das mulheres, com dados desagregados por sexo, gênero, classe, raça/cor, status de deficiência, migratórios e outras categorias relevantes”

Já o capítulo destinado ao ODS 6 (Água Limpa e Saneamento) aponta que os índices brasileiros de atendimento de água e esgoto estão estagnados ou pioraram. Apenas 44,9% de todo o esgoto produzido no país é coletado, 34 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões não possuem o serviço de coleta de esgoto em seus domicílios. Para piorar, o investimento no setor tem sido cada vez menor nos últimos anos.

O direito de acesso à informação é um dos temas que constam no ODS 16 (Paz e Justiça). A principal crítica nessa questão, segundo o relatório, diz respeito à ausência de uma instituição nacional independente e específica para lidar com as políticas de transparência. Outro alvo de questionamento diz respeito à decisão de rebaixar a posição institucional da Controladoria-Geral da União, bem como a dificuldade da implementação da Lei de Acesso à Informação nos Estados e municípios brasileiros.

A análise do ODS 16 ainda destaca os preocupantes índices relacionados à violência, que colocam o Brasil entre os cinco países com maiores taxas de homicídios de jovens entre 10 e 19 anos. A violência policial e o racismo institucional, revelado no sistema penitenciário, são apontados pelo relatório como grandes desafios que precisam ser enfrentados.

Apesar de alguns avanços, os diversos retrocessos registrados no último período representam uma grande preocupação para o cumprimento da Agenda 2030 por parte do Brasil. Ainda assim, a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável deve ser alvo de esforços permanentes por parte do Estado brasileiro, em um processo que se assente em mecanismos estruturantes de transparência e de acesso à informação e que possibilite a participação efetiva da sociedade civil.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Brasil libera quantidade até 5.000 vezes maior de agrotóxicos do que Europa

O debate sobre o uso de agrotóxicos ganhou um novo capítulo, e ele não é bom para o Brasil. Estudo inédito revelou o abismo que existe entre a legislação brasileira e a da União Europeia sobre o limite aceitável de resíduos na água e nos alimentos.


A contaminação da água é o que mais chama a atenção, com a lei brasileira permitindo limite 5.000 vezes superior ao máximo que é permitido na água potável da Europa.

No caso do feijão e da soja, a lei brasileira permite, respectivamente, o uso no cultivo de quantidade 400 e 200 vezes superior ao permitido na Europa.

Esses são os resultados do estudo “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, da pesquisadora Larissa Mies Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da USP (Universidade de São Paulo).

“Infelizmente, ainda não é possível banir os agrotóxicos. Por isso, é importante questionar por que o governo brasileiro não usa parâmetros observados no exterior”, afirma Bombardi, para quem a permissividade em relação à água “é uma barbárie”.

Enquanto a União Europeia limita a quantidade máxima que pode ser encontrada do herbicida glifosato na água potável em 0,1 miligramas por litro, o Brasil permite até 500 vezes mais. O Brasil tem, segundo o estudo, 504 agrotóxicos de uso permitido. Desses, 30% são proibidos na União Europeia –alguns há mais de uma década.

Esses mesmos itens vetados estão no ranking dos mais vendidos. O acefato, tipo de inseticida usado para plantações de cítricos, é o terceiro da lista.

Uma nota técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) citada no estudo de Lombardi mostra que o acefato causa a chamada “síndrome intermediária”. Entre os danos à saúde estão fraqueza muscular dos pulmões e do pescoço. Em crianças, o risco é mais acentuado. “A nossa legislação é frouxa no que diz respeito aos resíduos e à quantidade permitidos na União Europeia”, diz Bombardi.

Para Brian Garvey, da Universidade de Strathclyde, da Escócia, e orientador de Bombardi na pesquisa, as autoridades brasileiras “lavam as mãos da toxidade”.

Como resultado, o mapa aponta ainda que oito brasileiros são contaminados por dia, se levarmos em conta os números oficiais, que são subnotificados.

O estudo confirma a informação de que os trabalhadores rurais são as principais vítimas de contaminação, seguidos por quem vive em regiões próximas às plantações, sendo as áreas pulverizadas as mais suscetíveis. No Estado de São Paulo, 75% da área é pulverizada. O último elo da cadeia revela as consequências da contaminação por quem consome. “O agrotóxico não tem público-alvo”, afirma Lombardi.

Uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) estima que, para cada caso registrado, 50 não o foram. O que significa que, entre 2007 e 2014, mais de 1 milhão de brasileiros foram intoxicados por agrotóxico –um quinto das vítimas é criança ou adolescente.

Para piorar, em 2015, o governo deixou de publicar os casos de intoxicação por agrotóxicos. Desde então, ficou mais difícil estudar os casos de vítimas intoxicados dentro e fora do trabalho, como nos casos de pessoas que moram em áreas pulverizadas.

Bombardi se refere aos casos de intoxicação como a “ponta do iceberg”. “A intoxicação representa 2% do total de problemas de saúde que podem acometer a sociedade. As doenças crônicas não são estudadas como deveriam.”

Procurada desde sábado (25), a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde apenas respondeu que recebeu as dúvidas da reportagem na segunda-feira (27) e que até o final deste dia mandaria esclarecimentos.

A Anvisa, por e-mail, informou que “realiza a avaliação toxicológica dos agrotóxicos, antes de os mesmos serem registrados pelo Ministério da Agricultura” e que há uma série de restrições para registros de agrotóxicos no país, como nos casos que não haja antídoto ou tratamento eficaz no Brasil .

Em relação à quantidade de resíduos presentes, a Anvisa afirmou que uma análise feita entre 2013 e 2015 mostrou que quase 99% das amostras de alimentos analisadas “estão livres de resíduos de agrotóxicos que representam risco agudo para a saúde.”