terça-feira, 10 de outubro de 2017

UNICEF pede que países priorizem desenvolvimento da primeira infância

Não há um período mais crítico para o desenvolvimento de uma criança do que os primeiros 1 mil dias de vida. Ainda assim, 32 países não possuem três políticas nacionais básicas para apoiar pais de bebês e crianças pequenas, segundo novo relatório publicado no fim de setembro (21) pelas Nações Unidas.

A agência da ONU pede que os países garantam dois anos de educação pré-primária gratuita; pausa para amamentação no trabalho para as novas mães durante os primeiros seis meses da criança; e licença parental adequada para pais e mães.

Bebê nascido na cidade de Aktau, Cazaquistão. Foto: UNICEF
De acordo com o relatório “Early Moments Matter for Every Child“, publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apenas 15 países – incluindo Cuba, França, Portugal, Rússia e Suécia – adotam as três políticas fundamentais para apoiar o desenvolvimento saudável do cérebro das crianças. São elas: dois anos de educação pré-primária gratuita; pausa para amamentação no trabalho para as novas mães durante os primeiros seis meses; e licença parental adequada.

Segundo o UNICEF, essas políticas ajudam os pais a proteger melhor seus filhos e a lhes proporcionar uma melhor nutrição, diversão e experiências de aprendizado nos primeiros anos cruciais da vida, quando o cérebro cresce a uma taxa nunca mais repetida.

O relatório indica que cerca de 85 milhões de crianças menores de 5 anos estão crescendo em 32 países sem nenhuma das três políticas citadas. Além disso, 40% dessas crianças vivem em apenas dois países: Bangladesh e Estados Unidos.

“Qual é a coisa mais importante que as crianças têm? São seus cérebros. Mas nós não estamos cuidando dos cérebros das crianças da forma com a qual nos preocupamos com seus corpos – especialmente na primeira infância, quando a ciência mostra que os cérebros e o futuro delas estão sendo rapidamente moldados”, disse Anthony Lake, diretor-executivo do UNICEF.

Lake ressaltou ainda que é preciso “fazer mais para dar aos pais e cuidadores de crianças pequenas o apoio que eles precisam durante este período mais crítico de desenvolvimento cerebral”.

O relatório aponta também que milhões de crianças com menos de 5 anos vivem em áreas afetadas por conflitos, estão subalimentadas e privadas de atividades estimulantes fundamentais para o crescimento saudável do cérebro.

Instando os governos a investirem nas crianças e em suas famílias, o UNICEF pediu ações para apoiar o desenvolvimento da primeira infância. Entre elas, estabelecer políticas familiares nacionais, incluindo dois anos de educação pré-escolar gratuita, licença parental e intervalos remunerados de amamentação para as mães que trabalham.

“Políticas que apoiam o desenvolvimento da primeira infância são um investimento fundamental nos cérebros de nossas crianças e, portanto, nos cidadãos e na força de trabalho do futuro – e, literalmente, no futuro do mundo”, disse Lake.

No início de 2017, a UNICEF lançou a campanha #PrimeirosMomentosImportam, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o impacto crítico que as primeiras experiências têm no desenvolvimento do cérebro infantil durante os primeiros 1 mil dias de vida.


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