quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Como anda o cumprimento das metas nacionais de biodiversidade?



Às vésperas da 14a Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, marcada para novembro, no Egito, o WWF- Brasil avalia a situação da conservação da biodiversidade brasileira em relação às metas estabelecidas nacionalmente. O documento organiza o debate e serve como base para o posicionamento do WWF-Brasil nos fóruns internacionais.

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) foi lançada em 1992, durante a Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro, a ECO-92. O Brasil ratificou a convenção em 1994 e participa das negociações globais numa posição peculiar. É o país que detém a maior biodiversidade do planeta e, ao mesmo tempo, é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Produção essa que depende dos serviços ecossistêmicos – da abundância de água, da qualidade de solo e da disponibilidade de polinizadores – e também representa uma ameaça contra a integridade dos ecossistemas, pela relação com o avanço do desmatamento.

A análise feita pelo WWF-Brasil tem como base as Metas Nacionais de Biodiversidade, que integram a Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB, ou National Biodiversity Strategies and Action Plans, NBSAPs, em inglês), publicados em 2017, para mesmo período do plano estratégico global, até 2020.

Onde estamos

O Brasil conseguiu reduzir o desmatamento nos dois maiores biomas, Amazônia e Cerrado, reúne hoje mais de 2,5 milhões de quilômetros quadrados de Unidades de Conservação continentais e marinhas, mas não cumpriu a meta de redução das taxas de conversão de ambientes nativos e ainda enfrenta grandes desafios para garantir efetividade às áreas protegidas, além de lidar com pressões para reduzir seu tamanho e status de proteção.

A dois anos do fim do segundo período de compromissos, quando deveria reduzir o risco de extinção de espécies ameaçadas, ainda faltam medidas de proteção para centenas delas. E o combate à sobrepesca é fragilizado pela falta de estatísticas recentes.

Mais importante: embora a população reconheça a necessidade de proteger a natureza, a biodiversidade ainda é um tema mantido em segundo plano nas agendas de governo.

Destaques do estudo:

  • As Unidades de Conservação continentais e marinhas brasileiras somam 2,5 milhões de quilômetros quadrados, são o principal trunfo do país nos debates da Convenção da Biodiversidade, mas sua efetividade é considerada moderada;
  • Nos dois maiores biomas (Amazônia e Cerrado), o Brasil ainda não cumpriu a meta de redução das taxas de conversão de ambientes nativos;
  • A dois anos do prazo para reduzir significativamente o risco de extinção de espécies, diagnóstico avançou, mas centenas de espécies ameaçadas ainda não contam com medidas de proteção;
  • Estatísticas sobre pesca deixaram de ser produzidas há quase uma década, um obstáculo ao monitoramento da sobrepesca;
  • Biodiversidade é tema periférico na agenda do governo, embora uma grande parcela da população (67%) se sinta responsável por proteger a biodiversidade e a natureza. Outra pesquisa mostra que 39% dos brasileiros veem no meio ambiente e nas riquezas naturais o maior motivo de orgulho para o país.


- Clique aqui para fazer o download do estudo na íntegra - 

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

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