Desde o ano de 2009, várias instituições da região, incluindo FURB, EPAGRI e Prefeituras do Médio Vale do Itajaí, têm trabalhado com o queijo Kochkäse em várias vertentes. Uma delas diz respeito ao seu modo de fazer tradicional e a intenção de registrá-lo como bem cultural de natureza imaterial junto ao IPHAN, na lógica da preservação e da sustentabilidade dos pequenos agricultores que, desde o início da colonização alemã produz o queijo para seu sustento e fonte de renda.
A solenidade
Reitor da FURB, João Natel, ressaltou no seu discurso que esse pedido de registro é importante, histórico, mas é um primeiro passo. E que na conversa com pesquisadores da FURB, como a professora Marilda Rosa Galvão Checcucci Gonçalves da Silva, soube que será buscado depois o registro da indicação geográfica do queijo.
Natel fez questão de enfatizar o envolvimento da FURB com a questão da preservação da herança cultural do Vale do Itajaí, e anunciou que estão passando por estudos a criação de dois cursos na Universidade que vem nessa linha: uma graduação em Dança, com temática predominante na Dança Alemã e sua inserção nas escolas da região; e um curso de Agronomia, no campus de Timbó, em parceria com a Prefeitura.
Na sua fala, antes de receber os seis volumes, com três mil páginas, oficializando o pedido de registro do modo de fazer o queijo Kochkäse, a representante do IPHAN/SC, Regina Santiago, disse que a análise do processo está em andamento em Florianópolis desde dezembro, quando foi entregue uma documentação prévia, e que não há data para sua conclusão.
Impressionou Santiago a rica e sólida fundamentação do projeto e a grande mobilização de entidades, como a FURB, agricultores, prefeituras, Epagri, AMMVI, associações de clubes de caça e tiro, e a comunidade regional, ação necessária para fazer avançar o pedido de registro, que é uma política cultural. Para ela, está demonstrado o efetivo envolvimento coletivo e a luta pela sustentabilidade da produção do kochkäse pelas famílias do meio rural, como herança da colonização alemã. “Que no futuro, aqui e em todo País, se possa ter conhecimento e experimentação do que aqui é produzido como gastronomia de tradição alemã”, afirmou.
O presidente da AMMVI, José Luís Colombi, ex-agricultor, enfatizou a necessidade de se refazer leis e buscar a abertura de diálogo e maior sensibilidade dos técnicos da vigilancia sanitária com os pequenos agricultores, cerceados na produção do kockkäse, "feito com tanto carinho sem poder ser comercializado". Do jeito que está, a produção e tradição podem ser extintos, e seremos cobrados pelos nossos netos, porque ninguem vai ter estímulo para continuar produzindo o que pode ser retido na rua pelas autoridades".
Fonte: www.furb.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário